Notícias 16.10.2023
Investindo no futuro desde a primeira infância: a importância da previdência privada
Luís Ricardo Marcondes Martins, Presidente do Conselho Deliberativo da Abrapp e Diretor Superitendente da MAG Fundos de Pensão
Quando se trata de planejar o futuro financeiro e previdenciário, muitas vezes deixamos de lado um período crucial da vida: a primeira infância. Poucas pessoas percebem o potencial que essa fase tem para estimular o comportamento poupador e planejador desde os primeiros anos de vida.
Uma pessoa poupadora e planejadora é alguém que economiza regularmente parte de sua renda e elabora planos para atingir metas de curto e longo prazo. Ela toma decisões conscientes, evita gastos impulsivos e investe em seu futuro com disciplina. Essas características ajudam a construir estabilidade financeira e alcançar objetivos com mais eficácia.
Um dos principais obstáculos para um planejamento de vida mais consciente é a falta de educação financeira e previdenciária nas escolas e dentro das próprias famílias. Isso leva muitos jovens a priorizarem gastos imediatos em detrimento de investir em seu futuro, resultando em uma geração que não poupa, não investe e não considera a aposentadoria com a devida seriedade.
Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou dados preocupantes. Cerca de metade dos jovens entre 18 e 24 anos, da chamada Geração Z, não controla suas finanças pessoais. A falta de conhecimento (19%), preguiça (18%), falta de hábito ou disciplina (18%) e falta de renda (16%) são algumas das justificativas.
É fundamental compreender que existem diversas maneiras de organizar as poupanças pessoais, e a previdência privada se destaca como uma excelente opção. Esse produto previdenciário oferece vantagens fiscais e características próprias que o tornam atrativo para quem deseja construir um futuro sólido.
Ao planejar a chegada de um bebê, muitos pais já consideram os gastos imediatos, como fraldas, vacinas e roupas. Porém, é crucial entender que essas despesas iniciais aumentarão com o tempo. Se não houver um planejamento desde cedo, pode ser difícil lidar com as despesas crescentes.
As despesas familiares podem ser divididas em curto, médio e longo prazo. As despesas do dia a dia se enquadram no curto prazo, enquanto planos como viagens ou mudanças de residência são de médio prazo. No entanto, a aposentadoria e as despesas com a educação superior dos filhos representam compromissos de longo prazo.
Imagine a alegria de ver seu filho completar 18 anos e perceber que você se preocupou desde o seu nascimento em criar uma reserva previdenciária. Há planos operados por fundos de pensão, como o PrevSonho, que proporciona a ele a liberdade de investir em educação, empreender, viajar ou realizar qualquer objetivo de vida, sem perder de vista uma renda mensal qualificada no futuro. Essa oportunidade existe apenas se você começar a economizar desde cedo, e a previdência privada se destaca como uma ferramenta poderosa para alcançar esse objetivo.
Portanto, investir na previdência privada desde a primeira infância é mais do que uma escolha inteligente; é um ato de amor e responsabilidade para com o futuro de nossos filhos. Isso garante que eles terão os recursos necessários para construir uma base sólida e realizar seus sonhos quando se tornarem adultos. Este investimento no futuro não deve parar com uma geração, mas sim ser transmitido aos nossos filhos, para que eles possam fazer o mesmo por seus próprios filhos. É um legado financeiro e previdenciário que perdura através das gerações.
**Artigo publicado originalmente no site do Instituto de Longevidade (Abrapp/AssPreviSIte)
Um convite para fortalecer a previdência complementar
Previc, superintendência do setor, precisa de liberdade orçamentária e mandato de diretores com tempo definido para assegurar autonomia e estabilidade, escreve Luis Ricardo Martins
Articulista afirma que Previc tem potencial para expandir habilidades do sistema previdenciário, complementando o trabalho realizado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social); na imagem, fachada do edifício sede da Previdência Copyright Sérgio Lima/Poder360 Luis Ricardo Martins 11.out.2023 (quarta-feira) – 5h59 O Congresso Nacional precisa concl…
Ver matéria através do link https://www.poder360.com.br/opiniao/um-convite-para-fortalecer-a-previdencia-complementar/ (Poder 360)
A resolução previc 23 e a intervenção em ações judiciais de alto impacto
Marcelo Braga de Andrade – Sócio Braga de Andrade Advogados
Com a novidade normativa, nos parece que a Previdência Complementar tem muito a ganhar com a atuação judicial da Previc em demandas de relevo para o Sistema.
Quem está inserido no ecossistema da Previdência Complementar há muitos anos já está habituado à contínua publicação de novas normas, mas a Resolução Previc 23/23 é, sem dúvidas, um divisor de águas na normatização do Sistema da Previdência Complementar.
O impacto foi tanto que, entre os que atuamos em Previdência Complementar, afirmamos que agora temos o nosso próprio “Código de Normas”, já que a nova Resolução Previc revogou um sem-número de normas esparsas e unificou o trato das mais diversas matérias.
A “23”, como a chamamos no dia a dia, concentra a disciplina de assuntos Atuariais, Contábeis, de Investimentos, Governança, Fiscalização, Consultas Formais à Previc, passando detalhadamente por temas que são muito relevantes ao funcionamento das EFPC’s.
Certificação, Habilitação de Dirigentes, Comitê de Auditoria (felizmente não onerando indistintamente as Entidades neste particular), Duration, Taxa de Juros, Hipóteses Biométricas, Plano de Custeio, utilização da Reserva Especial com a Distribuição de Superávit, Equacionamento de Déficit, tudo isso e muito mais assuntos são tratados pela “23”. Um verdadeiro avanço!
Diversos outros assuntos são tratados, com um Capítulo destinado aos Procedimentos de Licenciamento, aos Institutos (BPD, Portabilidade, Resgate e Autopatrocínio), e muito mais temas, aos quais oportunamente voltaremos nossas atenções com o objetivo de trazer para Vocês as nossas impressões a respeito.
O fato de termos agora o nosso “Código de Normas” não significa, nem de longe, que podemos nos concentrar na “23” e esquecer as demais normas que regem o Sistema. Pelo contrário, a “23” é a norma “operacional” das Resoluções do CNPC, outrora CGPC. A CF/88 e as LC’s 108 e 109/2001 serão, sempre, as fontes em que primeiro devemos buscar a orientação, para a partir delas buscarmos o que disciplinam o CNPC e a Previc, nesta ordem.
Estamos todos no Sistema a ler e reler a “23”, a estudá-la, a avaliar seus impactos na rotina das EFPC’s, afinal a maior riqueza da nova norma está no nível de aprofundamento e detalhamento em torno da vida operacional das Entidades. Não precisamos mais das 40 (!) Portarias, Instruções e Resoluções revogadas pelo artigo 388 da “23”, e isso certamente é o primeiro ponto positivo a ser notado.
Nos chama mais atenção, neste momento, a disciplina da atuação da Previc em ações judiciais de alto impacto, o que denota a preocupação daquela Superintendência com a integridade do Sistema de Previdência Complementar sob um viés que ainda não tinha sido objeto de norma.
Isto porque a 23 inaugura a temática “Intervenção da Previc em Ações Judiciais de Alto Impacto”, estabelecendo um verdadeiro procedimento para a atuação judicial da Previc em defesa do Sistema. Os requisitos básicos para que tenha lugar a intervenção em ações judiciais é que as demandas tenham “potencial de impactar em número significativo de entidades e que envolvam elementos estruturantes” do Sistema (artigo 343).
A “23” nos revela que a Previc também criou verdadeiramente obrigações para si, pois o procedimento passará pela Comissão de Monitoramento de Ações Relevantes, composta por representantes da sociedade civil (entidades representativas), servidores da Previc e Procuradores Federais. Identificado pela Comissão que se trata de Ação Relevante, Procuradoria Federal e Diretoria Colegiada se manifestarão em seguida e, sendo admitida a intervenção da Previc, caberá à Procuradoria Federal executar as providências.
Mais um elemento interessante: a Comissão de Monitoramento de Ações Relevantes poderá ser provocada ou agir por iniciativa própria, mapeando os processos judiciais que necessitam de intervenção da Previc e, também, poderá atuar de forma preventiva, identificando situações que possam resultar em um alto grau de judicialização (artigo 348).
A realidade do contencioso judicial do Sistema, que acompanhamos bem de perto há quase 20 anos, nos mostra que a atuação das EFPC’s em juízo, de forma isolada, demanda muito mais tempo para romper as barreiras que o Judiciário encontra, no mais das vezes, na alta tecnicidade do nosso segmento, nas especificidades dos planos de benefícios e suas submassas, nas distintas realidades das relações entre entidades e patrocinadores e as mais variadas operações societárias a refletir na relação previdenciária.
Vimos, nos últimos anos, que atuação em conjunto com os grandes atores do Sistema, por meio de suas respectivas entidades representativas, tem alcançado resultados eficazes no propósito de manter o equilíbrio nas relações previdenciárias promovendo o respeito ao que foi pactuado, e esperamos ver, dentro em breve, os reflexos positivos da 23 na atuação judicial da Previc. (Marcelo Braga de Andrade – Migallhas)
Previc tenta facilitar aportes de fundações
Investimentos do setor foram ‘criminalizados’ pela Operação Greenfield e precisam ‘voltar à normalidade’, segundo diretor
O regime de sanções para gestores de previdência fechada deverá ser alterado em breve, segundo afirmou o diretor da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Ricardo Pena. A autarquia prepara o texto para um novo decreto presidencial que irá substituir a norma instituída pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro governo, em 2003. Segundo Pena, a ideia é “voltar à normalidade” em relação a investimentos de risco, que teriam sido “criminalizados” pela Operação Greenfield.
A Greenfield foi uma operação do Ministério Público e da Polícia Federal que durou de 2016 a 2020. Segundo afirmaram os promotores nas denúncias apresentadas, gestores dos maiores fundos de pensão do Brasil, sobretudo Previ, Postalis, Funcef e Petros, fizeram investimentos de retorno duvidoso, por meio de compras de cotas, com sobrepreço e sob suspeita de corrupção, de Fundos de Investimentos em Participações (FIP).
Os prejuízos em decorrência das operações investigadas foram estimados em torno de R$ 8 bilhões. As ações penais tramitam na primeira instância da Justiça Federal e ainda não houve decisões judiciais. A operação foi encerrada em 2021 por Augusto Aras, então procurador-geral da República, com a maioria das investigações ainda em curso.
“Precisamos voltar à normalidade, como é no mundo inteiro”, disse Pena. De acordo com o diretor, FIPs são um investimento alternativo, com maior prêmio de risco. Para ele, “hoje o gestor está com medo, porque ele sabe que o regime sancionador nessa experiência da Greenfield foi bastante severo”.
“Não vamos compactuar com irregularidades, mas queremos incentivar o ato regular de gestão, para que o gestor tome as iniciativas necessárias para que o investimento seja realizado, em que a performance depois de se correr o risco não seja vista como irregularidade”, disse.
Pena não dá pistas sobre quais as mudanças a ser levadas para Lula assinar. O novo decreto está em discussão dentro do Ministério da Previdência Social, e depois ainda passará pela Casa Civil. “Temos uma perspectiva mais garantista. O setor passou por uma perspectiva muito persecutória. Partimos do pressuposto que o dirigente tem boa fé, está capacitado e tem um mandato para cumprir.”
Não haverá mudanças na forma de indicação de gestores para os fundos fechados. Segundo Pena, a possibilidade de captura das fundações por indicações políticas foi “muito mitigada” pela resolução 35 de 2019, do Conselho Nacional de Previdência Complementar. A resolução estabeleceu que os diretores devem ser escolhidos por processo seletivo conduzido pelos conselhos deliberativos. Não há na norma dispositivo que impeça filiados a partidos políticos de assumir posto diretivo.
O novo decreto presidencial não será o único e nem a mais importante iniciativa do governo para atrair fundos fechados para investimentos de maior risco. De acordo com Pena, o Ministério da Fazenda pode rever a resolução 4.994 do Conselho Monetário Nacional, de março do ano passado, que trata das diretrizes de investimento para fundos de pensão. O tema está sob análise da Secretaria de Reformas Econômicas, comandada por Marcos Pinto. O tema deve estar resolvido até abril do próximo ano.
A ideia é mudar o desenho das carteiras de investimentos dos fundos, concentradas atualmente em títulos públicos. FIP, fundos de direitos creditórios (FIDC), renda variável, ativos no exterior, imóveis, empréstimo consignado foram possibilidades lembradas pelo diretor como alternativas para a diversificação. “A gente quer alargar o cardápio de opções de investimentos. Com essa novo contexto macroeconômico, de inflação mais controlada e juros mais baixos, a gente gostaria de ter uma regra mais equilibrada”, disse. (César Felício – Valor)
Anapar pauta debate sobre o futuro da previdência complementar fechada
Os pontos discutidos na Agenda Positiva para a Previdência Complementar Fechada, construída pela Anapar em 2022, têm pautado os debates sobre o futuro do sistema, que precisa operar a partir da perspectiva do trabalhador, para garantir o pagamento de seus benefícios no futuro. Esta foi a tônica da apresentação do presidente da Anapar, Marcel Barros, no painel “Novos paradigmas das EFPC: As alterações na legislação e impactos para o setor de previdência complementar fechada no Brasil”, no primeiro dia do SIGA – Seminário de Investimentos, Governança Corporativa e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar. O painel contou ainda com a participação do superintendente da Previc, Ricardo Pena, e do superintendente da Abrapp, Devanir Silva.
Marcel Barros ressaltou a ingerência do Estado nos fundos de pensão nos últimos anos a partir de resoluções como a Resolução CVM 4661/2018, que obriga as entidades fechadas de previdência complementar a se desfazer dos imóveis ou transformar o patrimônio em um fundo imobiliário gerido por terceiros; como as que dificultam a participação dos associados dos planos na governança; a resolução sobre marcação a mercado de títulos públicos para poupança de longo prazo, para citar algumas. “Tivemos um passado de muita ingerência na gestão dos fundos de pensão, por meio de mudanças normativas que só dificultam a gestão e prejudicam o participante, como, mais um exemplo, o tal do licenciamento automático em retirada de patrocínio”, afirmou.
Para o presidente da Anapar, é preciso olhar para o futuro, revendo as leis complementares 108 e 109, criando normativos adequados para temas como o “decreto sancionador”, que é de 2003; solucionando o problema das retiradas de patrocínio a partir da discussão sobre a Resolução CNPC nº 53/2022, entre outros.
Outro ponto importante destacado por Marcel Barros foi a segurança dos investimentos. De acordo com ele, se a economia brasileira entra num período de normalidade, com uma taxa de juros num patamar aceitável, “civilizado”, o patrimônio dos trabalhadores terá que ser rentabilizado no setor produtivo. “Não vai dar pra ficar na tesouraria ganhando dinheiro e sangrando o país. Temos que rediscutir os FIP, que foram tão criminalizados, temos que ter segurança jurídica para investir, sem a atuação punitivista que vigia na Previc e sem o TCU atuando como órgão de fiscalização de fundos de pensão.”
“O sistema fechado de previdência complementar existe em função do participante. Você pode ter o patrocinador, você pode ter todo o arcabouço legal, pode ter diversas entidades, mas se não tiver o participante, não tem fundo de pensão. A gente tem que olhar para o participante com um olhar mais ajustado, lembrar que é dele esse sistema, esse patrimônio, e para ele deve ser gerido. E com cuidado para garantir efetivamente o pagamento dos benefícios, como foi contratado quando ele entrou para o fundo de pensão”, afirmou.
Assista aqui a íntegra da participação do presidente da Anapar no I SIGA – Seminário de Investimentos, Governança Corporativa e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar.
O I SIGA, Seminário de Investimentos, Governança Corporativa e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar, foi realizado na primeira semana de outubro, dos dias 3 a 6, no Rio de Janeiro. O evento foi organizado pela Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) em conjunto com outras entidades de previdência complementar, como a Anapar (Associação Nacional dos Participantes da Previdência Complementar), Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), Funcef (Fundação dos Economiários Federais, da Caixa), Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social), Valia (Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social), Postalis (Fundação dos Trabalhadores dos Correios) e Fachesf (Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social). (Anapar)
Funcef: Fundação destaca a importância do ASGI em seminário no Rio de Janeiro
“O seminário mostrou que estamos no caminho certo frente aos desafios futuros”, avalia Ricardo Pontes
A FUNCEF teve participação significativa no Seminário de Investimentos, Governança e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar (SIGA), encerrado na sexta-feira (6/10), no Rio de Janeiro.
O evento reuniu os maiores fundos de pensão do após, empresários, especialistas em diversas áreas e ministros de estado para refletirem sobre a sustentabilidade em seus diversos pilares.
“O SIGA, com o intercâmbio de experiências e informações, nos mostrou que a FUNCEF está no caminho certo e preparada para os desafios da alocação de investimentos no cenário atual da economia brasileira, sempre com o olhar atento às boas práticas de governança”, afirmou o presidente Ricardo Pontes.
Ele lembrou que a Fundação foi uma das pioneiras, entre os grandes fundos de pensão, a instalar um comitê de ASGI. A comissão auxilia a Fundação no investimento em ativos que atendam a critérios de governança e sustentabilidade, garantam segurança e rentabilidade e prezem aspectos como as questões ambientais e jurídicas em suas operações.
Investimentos
No painel Novos Caminhos e Alternativas para os Investimentos Sustentáveis, o analista da Diretoria de Investimentos da FUNCEF, Thiago Mendes, apresentou a experiência inicial da Fundação com investimentos no exterior, concentrada no Novo Plano.
“A Fundação realizou um investimento em dólar com a visão de alocação estratégica de longo prazo. Todas as janelas que estudamos em dólar tiveram risco menor que o de CDI”, disse.
Com os investimentos no exterior, a Fundação terá a oportunidade de capturar ganhos de outras economias mundiais, especialmente em setores que não têm grande representatividade na Bolsa brasileira, e ainda se proteger de uma possível desvalorização do real.
Esse classe de ativos representa hoje 4% da carteira do Novo Plano CD, dos participantes ativos. O analista ainda explicou que a Fundação, nos planos maduros, optou por investimentos mais conservadores, sem espaço para grandes riscos. No caso, a escolha foi aplicar em títulos públicos, aproveitando a alta do setor.
Mulheres Pré-79
No encerramento do SIGA, no dia dedicado aos temas jurídicos, a Fundação participou de dois painéis, um sobre equidade de gênero no poder judiciário e na advocacia, e outro sobre o tema 452 do Supremo Tribunal Federal (STF), conhecido como Mulheres Pré-79.
A coordenadora de Assuntos Previdenciários da FUNCEF, Marlene Ribeiro, debateu com representantes de outros fundos o tema 452 do STF. Pela decisão, a Fundação precisou atualizar os benefícios de empregadas da CAIXA que se aposentaram antes de 1979, de acordo com as regras em vigor à época.
“Essa regra diz respeito à diferença de percentuais entre homens e mulheres. Não é questão de gênero. Foi do efeito da contributividade. As mulheres contribuíram por 25 anos e os homens com 30. Elas teriam direito à aposentadoria com 70% das maiores contribuições, e eles com as 80% maiores, como era previsto à época. A FUNCEF cumpriu a regra de acordo com a Constituição de 1988. Nada disso foi suficiente. O dispositivo foi declarado inconstitucional. Se uma pessoa contribuiu por menos tempo, a reserva matemática será menor. Não houve abuso, nem violação a dispositivo constitucional”, frisou Marlene Ribeiro.
A coordenadora lembrou que a decisão proferida pelo STF teve repercussão geral e passou a ser aplicada imediatamente em todas as instâncias, atingindo todos os participantes do plano.
“É um ônus que jamais seria contabilizado”, afirmou. “Essa discussão, principalmente, pelos reflexos irradiados aos planos, não pode ser desprezada, devendo ser combatida entre as Entidades Fechadas de Previdência Complementar e o Judiciário, de modo que a contratualidade possa ser mantida com a segurança jurídica”, acrescentou.
Para Marlene Ribeiro, a iniciativa da Previ, da FUNCEF e das outras organizadoras do SIGA de abordar diversas matérias é muito relevante dadas as questões de natureza jurídica que apontam risco sistêmico ao segmento previdenciário. Temas relacionados a esse assunto foram debatidos no seminário.
“Nessa vertente de segurança jurídica, as questões do ASGI devem ser inseridas na pauta não só pela questão ética e moral, mas ainda para viabilizar uma adequada governança aos fundos de pensão”, defendeu.
O painel sobre o tema 452 contou ainda com a participação de Jorge Elias Nehme, consultor adjunto estratégico e jurídico da Previ; Melissa Belotto, advogada da Previ; Rodrigo Queiroga, do Escritório Queiroga Vieira, Queiroz & Ramos Advocacia; Eduardo Falcete, do Escritório Ophir Cavalcante Advogados Associados; e Carlos Edgar Andrade Leite, do Escritório Monteiro Nascimento Advogados.
Igualdade de gênero
A gerente jurídica da FUNCEF, Karoline Crepaldi, participou do painel Desafios para a Equidade de Gênero no Poder Judiciário e na Advocacia, que debateu a Resolução 255 do CNJ, responsável pela criação da Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário.
Crepaldi entende que a inserção maior das mulheres no mundo jurídico será decisiva para que as decisões reflitam mais a diversidade da sociedade brasileira.
“A inclusão de mulheres em cargos de poder desempenha um papel fundamental na garantia de que as instâncias judiciais representem de maneira eficaz a complexidade da sociedade brasileira. Em outras palavras, considerando nossa população com mais de 214 milhões de cidadãos, uma cúpula judiciária que abrace essa riqueza de perspectivas e entenda as várias interseções da sociedade está mais apta a proferir decisões verdadeiramente justas e equânimes”, defende.
A gerente jurídica da FUNCEF apresentou estatísticas que mostram que, apesar de as mulheres serem maioria nos cursos de direito e no serviço público no Judiciário, há menos mulheres nos altos cargos da magistratura, seja nos tribunais superiores ou nos tribunais de justiça nos estados. “Não está ideal, mas estamos lutando para chegar lá”, afirmou.
A discussão sobre a igualdade de gênero no Judiciário e na advocacia contou com a presença de Katia Luzia Antunes Bittencourt, consultora jurídica da Previ; Lucineia Possar, diretora jurídica do Banco do Brasil; Ana Basilio, vice-presidenta da OAB Rio; Lana Belfort, da Valia; e Cristina Motta, da Postalis. (Funcef/AssPreviSite)
Petros: Petroleiros terão voz na gestão da Fundação
A chapa “Unidade para o Futuro da Petros”, apoiada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), conquistou as três cadeiras em disputa na eleição da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.
Os integrantes vão representar os participantes e assistidos nos Conselhos Deliberativo e Fiscal da entidade. Ultimamente os cargos eram ocupados somente por indicação, sem participação dos trabalhadores da companhia votados. A mudança era uma reivindicação antiga da FUP.
O Conselho Deliberativo, órgão máximo da Petros, é responsável pela aprovação da política geral de administração da Fundação e de seus planos. A Petros é o segundo maior fundo de pensão do país e, nos últimos anos, sofreu diversos problemas estruturais e de gestão, entre eles a dificuldade de trabalhadores aposentados e pensionistas para terem acesso à aposentadoria. A dívida da Petrobras com a Petros gira em torno de R$ 20 bilhões.
“Foi uma vitória histórica e fundamental para o fortalecimento dos planos de previdência complementar do Sistema Petrobras”, disse Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, que parabenizou a categoria pela participação na campanha, ajudando a eleger pessoas comprometidas com a defesa dos direitos dos participantes e assistidos. “Agora é hora de a gente cobrar uma solução definitiva para os planos de equacionamento dos déficits que afetam o segundo maior fundo de pensão do Brasil”, finaliza o dirigente.
O pleito terminou na segunda-feira (9).No Conselho Deliberativo foram eleitas as duplas 65, formada por Radiovaldo Costa (Sindipetro-BA) e Getúlio da Cruz (Astape-BA), e 66, formada por Vinícius Camargo (Sindipetro-RJ) e Rafael Prado (Sindipetro-SJC). Juntas, as duas duplas obtiveram 16.718 votos, derrotando as outras 6 candidaturas que concorreram às vagas dos participantes e assistidos.
No Conselho Fiscal, a dupla 51, formada por João Antonio de Moraes (Sindipetro-SP) e Silvio Sinedino (Sindipetro-RJ/AEPET), conquistou 19.509 votos, 280% a mais do que a quantidade obtida pela dupla concorrente.
Equacionar déficits
Os Programas de Equacionamento de Déficit (PEDs), implementados nos anos de 2015, 2018 e 2021, são planos de ação realizados pela Petrobras para equilibrar as finanças do fundo de pensão. Entretanto, esses programas podem vir a reduzir benefícios e prejudicar o pagamento de aposentadorias, de acordo com a FUP. A chapa “Unidos pelo Futuro da Petros” também teve o apoio das duas federações, das associações dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), dos Trabalhadores, Aposentados e Pensionistas da Petrobras da Bahia (Astape-BA), além da Associação Brasileira dos Anistiados Políticos do Sistema Petrobras e demais Empresas Estatais (Abraspet), da Confederação Nacional dos Marítimos (Conttmaf), da Federação das Associações de Aposentados (Fenaspe), da Federação dos Clubes dos Empregados da Petrobras (FCEPE), dos sindicatos dos trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul (Sitramico-RJ e Sitramico-RS) e de diversas outras entidades. (Monitor Mercantil)
Valia: Horários de atendimento para o feriado
Nos dias 13/10 (recesso) e 16/10 (Dia do Securitário), não haverá expediente na Valia e, portanto, o Disque Valia e Fale Conosco não estarão funcionando. Retornaremos às nossas atividades normais nesses canais, no dia 17.
Caso precise de alguma informação ou serviço nesse período, os nossos canais digitais estarão disponíveis 24 horas: Lia, App Valia Previdência, Portal do Participante.
Você também pode entrar em contato com a Lia pelo Whatsapp (21) 3184-9999. Se você ainda não habilitou o seu celular para esse canal, saiba como fazer através do link https://www.valia.com.br/wp-content/uploads/2023/10/PASSO-A-PASSO-HABILITACAO-TELEFONE-APP-VALIA.pdf (Valia/AssPreviSite)
Forluz: Esclarecimento – Teste gerou informação indevida no extrato bancário
A Forluz esclarece que, nesta terça-feira (10), o teste de um novo procedimento que será adotado pela Fundação gerou uma informação indevida nos lançamentos futuros do extrato bancário dos participantes assistidos. Diante disso, ressaltamos que este dado deve ser desconsiderado. Não há qualquer movimentação financeira ou pagamento adicional previsto.
Vale lembrar que, a fim de promover melhorias operacionais ou adequações legais, a Fundação realiza ajustes em seus processos, que podem envolver interação com o sistema bancário de pagamentos. Neste caso, o teste efetuado diz respeito ao projeto da Entidade para atender às determinações da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) que envolvem o CNPJ por plano.
Lamentamos os eventuais transtornos causados e informamos que estão sendo tomadas as providências necessárias para corrigir a questão. Além disso, destacamos que não haverá qualquer mudança no fluxo de pagamentos do adiantamento quinzenal do benefício do mês de outubro. Mais uma vez, a Forluz ratifica seu compromisso com a transparência.
Em caso de dúvidas, toda a equipe de atendimento está à disposição, por meio do 0800 090 9090, pelo e-mail atendimento@forluz.org.br ou, ainda, na sede da Fundação, na Avenida do Contorno, 6500 – 3º andar. (Forluz)
Celos: Fundação completa 50 anos de muitas conquistas
Ivecio Pedro Felisbino Filho – Diretor-Presidente da Celos
A Celos completa este ano cinco décadas de muitas histórias e conquistas. Ao longo de todo esse tempo, a entidade sempre manteve o seu trabalho alinhado com sua missão, com o propósito de contribuir para a qualidade de vida dos Participantes e Beneficiários, administrando, de forma sustentável, os Planos Previdenciários e Planos de Saúde.
A nova gestão que assumiu em 2023 trouxe o compromisso de focar principalmente na transparência, na inovação e na melhoria de seus processos, com atenção especial ao relacionamento com os participantes e beneficiários.
Entre as principais realizações até o momento está uma percorrida por todo o interior do Estado para fazer um diagnóstico da Fundação, apresentando o resultado dos investimentos e o impacto nos Planos Previdenciários. Além disso, a entidade conquistou a manutenção da certificação ISO 9001, atestando a qualidade desenvolvida em seus processos internos.
A Celos cumpre um importante papel ao oferecer mais segurança e tranquilidade para aposentados, pensionistas e agregados. E essa responsabilidade fica evidente nos números da Fundação.
Com dados finalizados em 2022, a entidade pagou mais de R$ 351 milhões em benefícios. Nos Planos de Saúde, houve cobertura de mais de 1,7 milhões de atendimentos, sendo que as despesas assistenciais superaram R$ 170 milhões.
Driblando a recessão, o resultado líquido dos Planos de Saúde foi positivo em mais de R$12 milhões em 2022, com Patrimônio superior a R$ 121 milhões. Além disso, a Fundação terminou o ano passado com mais de R$ 3,6 bilhões em investimentos, com destaque na aplicação em títulos públicos do governo federal, que representavam 66% do total de investimentos no fechamento do ano, sendo outros 9% aplicados em ações e fundos de ações.
Em outra frente, as operações de empréstimos com participantes superaram R$ 46 milhões. E os números de atendimento mostram a expressividade do conceito “Bem Atender”. Foram 4.900 atendimentos presenciais, 26.000 atendimentos telefônicos, 23.000 acessos ao site e 20.000 interações no Chat Bot.
Os números confirmam a solidez de uma entidade que completa cinco décadas de existência contribuindo para a qualidade de vida de seus mais de 9 mil participantes dos planos previdenciários e mais de 22 mil beneficiários dos planos de saúde. (Abrapp/AssPreviSite)
VIvest: Fundação mantém certificação em Gestão da Qualidade e Antissuborno
Após processo de auditoria, a Vivest manteve, no último mês, as certificações Antissuborno (ISO 37001) e em Gestão da Qualidade (ISO 9001) para as áreas de Ouvidoria e Riscos e Compliance.
A ISO 37001 credita nossas ações para reduzir as chances de ocorrência de suborno, além de nossos princípios de integridade e transparência, bem como o cumprimento de dispositivos legais e internacionais, fortalecendo a confiabilidade da Vivest.
Já a ISO 9001, mantida para as áreas de Ouvidoria e Riscos e Compliance, atesta a qualidade de nossos processos e estabelece mecanismos de respostas eficientes para possíveis não conformidades que ocorram. Além da Ouvidoria e da área de Riscos e Compliance, o Atendimento Vivest também conta com a certificação ISO 9001.
Tanto a certificação de Gestão Antissuborno quanto a de Gestão da Qualidade para as áreas de Ouvidoria e Riscos e Compliance são concedidas pela QMS Certification Services, entidade especializada em certificações. Em 2024, a Vivest passará pelo processo de renovação das certificações. (Vivest/AssPreviSite)
Abrapp: Giro das associadas – Funpresp-Exe, Previnorte e Valia
Funpresp-Exe conquista selo Great Place to Work – Recentemente, a entidade conquistou o selo Great Place to Work (GPTW). Trata-se de um reconhecimento dado, a partir da avaliação dos funcionários, para as empresas bem-sucedidas em criar um ambiente saudável e favorável para o trabalho.
Para receber o selo, é aplicado um questionário de clima organizacional que mede o índice de satisfação dos colaboradores. Ao ter uma média de nota positiva acima de 75%, a organização é certificada, como aconteceu com a Funpresp-Exe.
“A conquista do selo mostra que a fundação está alinhada com seus valores e promove um ambiente de trabalho positivo e engajador para que os profissionais possam cumprir sua missão de zelar pela segurança e prosperidade do servidor e de sua família”, afirma comunicado da entidade.
Conselho Deliberativo da Previnorte aprova estudos de aderência – Em reunião realizada no dia 25 de setembro, o Conselho Deliberativo da entidade aprovou os estudos de aderência das hipóteses atuariais e das taxas de juros dos planos de benefícios e definiu as hipóteses a serem utilizadas na próxima avaliação atuarial. As taxas de juros têm impacto também nas Políticas de Investimentos de 2024.
A Instrução Previc nº 23, de 14/8/2023 orienta que toda a hipótese atuarial adotada para avaliação atuarial de plano de benefícios deve estar embasada em estudo técnico de adequação. Assim, esses estudos tem como objetivo avaliar a aderência de cada hipótese atuarial utilizada e com base nas estatísticas é possível identificar a hipótese que apresenta o melhor resultado.
Valia dá dicas sobre previdência para crianças – A entidade realizou um estudo que apontou que 37% dos participantes do Prevaler, plano família da fundação, são menores de idade. Tendo isso em vista, o Gerente de Educação e Marketing da Valia, Daniel Coelho, separou algumas dicas para serem utilizadas na hora de fazer previdência para crianças.
“A contratação de previdência para crianças não tem como objetivo a aposentadoria, mas sim a realização de um sonho de médio prazo, como a faculdade, um intercâmbio ou até mesmo bens materiais como carro ou casa. Por isso, na hora da contratação é importante observar alguns fatores, como a relação do objetivo alinhado à contribuição mensal e ao prazo, além da definição do tipo de tabela tributária”, explica o especialista. (Abrapp/AssPreviSite)
Abrapp: Diretor-Presidente participará do 2º Congresso Nacional de Profissionais de Educação Financeira
O Diretor-Presidente da Abrapp, Jarbas Antonio de Biagi, estará presente no 2º Congresso Nacional de Profissionais de Educação Financeira (CONAPREF). O evento é realizado pela Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN) e acontecerá no próximo dia 31 de outubro, em São Paulo.
O dirigente participará do painel que terá como tema “Formando uma nova geração de poupadores” na parte da manhã. O encontro celebra o Dia Internacional da Poupança, tendo como principal objetivo divulgar a educação do comportamento financeiro, contribuindo para a formação de uma sociedade educada e sustentável financeiramente.
Os conteúdos apresentados no CONAPREF abordarão estudos e informações sobre o tema de educação financeira, por meio de painéis de debates variados, com temas da atualidade do setor.
Para mais informações acesse https://abefin.org.br/conapref/ (Abrapp/AssPreviSite)
Investidor Institucional – Destaques para Fundos de Pensão
Acesso exclusivo para assinantes da Revista
- São Rafael divulga rentabilidade de setembro
- Papéis de curto prazo têm as melhores rentabilidades do mês
- Azimut Brasil traz Luiz Garcia para área comercia
- Petros divulga rentabilidade de planos em setembro
- PSAP/CETEEP quer trocar retirada de patrocínio por novo indexadorl
Destaque de 15 de outubro de 2023 em www.investidorinstitucional.com.br (Investidor Institucional/AssPreviSite)
SCPrev: Últimos dias para inscrever candidatura aos conselhos
Chegamos à reta final do período de inscrições de candidaturas aos conselhos Deliberativo e Fiscal da SCPREV. Até a próxima terça-feira, 17 de outubro, os participantes que desejarem fazer parte de um dos colegiados podem se inscrever. Estão em disputa duas vagas: uma para o Conselho Deliberativo e uma para o Conselho Fiscal. A votação – que será feita de forma totalmente eletrônica – está marcada para os dias 5 e 6 de dezembro.
Podem se candidatar os servidores inscritos na SCPREV até 3 de março de 2023. Se você deseja concorrer, acesse https://scprev.com.br/eleicoes20232024/ e conheça em detalhes o que precisa fazer.
Participe. É a sua chance de colaborar com o crescimento e o desenvolvimento da SCPREV. (SCPrev)
Fundos: Abrapp e entidades realizam reunião com assessoria da Deputada Erika Kokay sobre dedução de contribuições extraordinárias
A Abrapp e representantes de entidades fechadas e participantes realizaram uma reunião na segunda-feira, 9 de outubro, em Brasília, com assessores da Deputada Erika Kokay (PT-DF) para tratar de projeto de lei que trata do direito à dedução do Imposto de Renda sobre as contribuições extraordinárias. Pela Abrapp participaram o Diretor Vice-Presidente José Roberto Peres e a Assessora Parlamentar, Tarciana Xavier. Também participaram representantes da Anapar, Funcef, Petros, Postalis e Fenae – Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal.
A Abrapp e os representantes da sociedade civil defendem a aprovação do Projeto de Lei 8821/2017, de autoria do Deputado Sérgio Souza (MDB-PR) que propõe alteração da legislação tributária federal para dispor que não se aplica o limite de dedução do imposto devido na declaração de rendimentos, na hipótese de contribuição adicional para equacionamento de déficit dos planos de benefícios. O referido projeto encontra-se atualmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, com parecer favorável, aguardando deliberação.
No último dia 23 de agosto, a matéria esteve na pauta mas não foi votada em virtude da objeção do governo. Na última semana aconteceu reunião com técnicos da Receita Federal para defesa do mérito da proposta, mas o órgão reiterou que não aceita o projeto como está redigido. Por intermédio da Deputada Erika Kokay e da Fenae, que se reuniu com representantes do Ministério da Fazenda e da Receita Federal, o governo apresentou proposta alternativa.
Na reunião realizada ontem, o Presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, levou a proposta alternativa apresentada pelo governo e pela Receita Federal para a análise da Abrapp e das demais entidades, que ficaram de avaliar o impacto, vantagens e desvantagens da proposta. A Abrapp tem exercido forte protagonismo nos últimos anos para defender o direito à dedutibilidade das contribuições extraordinárias tanto para participantes quanto para as empresas patrocinadoras de planos.
“Temos de destacar o protagonismo da Abrapp na atuação junto ao Poder Legislativo. Este é um assunto de interesse comum de todos. A Abrapp está atuando conjuntamente para viabilizar esse projeto para garantir o direito às deduções das contribuições tanto dos participantes quanto das empresas patrocinadoras”, diz Jarbas Antonio de Biagi, Diretor-Presidente da Abrapp.
Além da atuação junto ao Congresso Nacional, a Abrapp também tem realizado esforços para garantir o direito às deduções junto ao Judiciário. Uma conquista importante alcançada recentemente foi a decisão tomada pela 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em acórdão publicado em 13 de setembro nos autos do AREsp nº 1.890.367/RJ. A decisão afastou por unanimidade a incidência de Imposto de Renda retido na fonte de Pessoa Física (IRPF) sobre as contribuições extraordinárias – leia mais através do link https://blog.abrapp.org.br/blog/decisao-do-stj-afasta-incidencia-de-imposto-de-renda-sobre-contribuicoes-extraordinarias-de-participantes-de-efpc/ (Abrapp/AssPreviSite)
Aprenda o que é Governança Ágil em novo curso da UniAbrapp
A UniAbrapp lança o curso Governança Ágil: a Disciplina da Gestão Evolucionária, que será realizado nos dias 13 e 14 de novembro, em formato 100% online e ao vivo. As vagas são limitadas e as associadas têm 47% de desconto na inscrição, para a qual também podem gerar ou utilizar pontos pelo programa Abrappoints. A participação nessa trilha do conhecimento confere quatro créditos no Programa de Educação Continuada (PEC).
Este curso visa preparar os alunos para aplicar o pensamento ágil na Governança Corporativa das EFPC, promovendo o crescimento sustentável. Os módulos incluem uma introdução à Governança Ágil, a apresentação do método Scrum para Negócios, a exploração das práticas do Scrum nesse contexto e discussões em grupo para orientar os participantes na implementação da Governança Ágil em suas organizações.
O treinamento será ministrado pelo especialista Luiz Parzianello, palestrante, professor, mentor, consultor e CEO da SURYA Consulting e Fundador da ABO Academy, a primeira academia no mundo dedicada ao desenvolvimento profissional de Agile Business Owners, o papel catalisador da Business Agility nas organizações. Parzianello é um dos precursores dos Métodos Ágeis no Brasil (2002), autor do Guia de Referência do Agile Business Owner, coautor da Agile Extension to the Business Analysis Body of Knowledge (IIBA/Agile Alliance, 2012) e criador do canal Lean Business Analysis Brazil no YouTube.
Confira a programação completa e utilize o link https://www.uniabrapp.org.br/site/pages/pt-br/detalhes-do-curso/event-detail/governanca-agil-a-disciplina-da-gestao-evolucionaria?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Curso-Uni-Governanca-Agil para fazer sua inscrição. (Abrapp/AssPreviSite)
Novo livro discute cases em previdência privada
A 177ª edição do programa Panorama do Seguro fala sobre a Previdência Complementar e sobre o novo livro que discute cases de sucesso em Previdência Privada com a escritora Daniela Paschoal, que é advogada e professora. Apresentada por Paulo Alexandre, a entrevista conta com a participação do Consultor Econômico do Sindseg SP, Francisco Galiza.
No primeiro momento, Daniela falou como vê o mercado de previdência do Brasil. “O mercado de previdência tem muito a crescer, as pessoas estão ficando mais conscientes a cada dia, porém ainda há muito a ser feito. No Brasil, menos de 10% das pessoas possuem um plano de previdência privada e, diante dos desafios das reformas do INSS, que é um sistema muito importante, nós percebemos o quanto também é relevante complementar essa aposentadoria oficial”, explicou.
Daniela, que é autora do livro “Risco e Compliance” e coautora do livro “Mulheres no Seguro”, falou sobre o novo livro “Previdência Privada – Cases de Sucesso” com pré-lançamento para 19 de outubro e lançamento oficial em 21 de novembro às 19h30 na Livraria da Vila no Shopping JK Iguatemi.
“Fui convidada por Jusivaldo Almeida, Coordenador do livro, a fazer parte dessa obra juntamente com outros coautores atuantes em diversas áreas, como ESG, educação financeira, previdenciária, investimentos, seguros, saúde, comunicação, carreira e governança. Meu Capítulo trata da importância da cobertura de riscos aliada à cobertura de sobrevivência. No Brasil, menos de 20% das pessoas tem a proteção do seguro de pessoas. É crucial incluir, no planejamento financeiro, estratégias tanto para a aposentadoria do futuro quanto para a gestão de riscos do presente. Por isso, o título do meu Capítulo é “Seguro: defesa financeira hoje e amanhã”.
Apresentado pelo jornalista Paulo Alexandre e pelo consultor de economia Francisco Galiza, o programa tem três edições por mês.
Cordialmente,
Francisco Galiza.
http://www.ratingdeseguros.com.br/
http://twitter.com/ratingdeseguros (Segs)
INSS testará projeto de modernização do atendimento
Piloto do programa será realizado de 23 a 27 de outubro em duas agências em São Paulo
Três grupos de servidores e uma única missão: testar as interações previstas para o futuro modelo de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A atividade realizada na terça-feira (10), no auditório da Direção Central – em Brasília (DF), marca o início da penúltima fase para implantação do projeto de “Modernização, Inovação e Fortalecimento Institucional do INSS”, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O plano tem quatro etapas e é nesse terceiro ciclo que serão testados os protocolos para recepcionar as solicitações de perícia médica e avaliação social remotas, de autosserviços (totem e WhatsApp) e de viés físico, experenciadas nas agências. Inclusive, o modelo piloto de atendimento presencial já tem data para ser aplicado, de 23 a 27 de outubro, em duas unidades de São Paulo (Mauá e Santo Amaro).
“Essa ação representa a reconstrução do INSS nessa nova perspectiva da administração pública digital no contexto pós-pandemia. Nós fomos atropelados pelas mudanças e agora estamos respirando e planejando como tem que ser esse novo modelo de atendimento humanizado do INSS, não só para o cidadão, mas também para nossos colegas servidores”, destacou Ana Carolina Tietz, diretora de Governança, Planejamento e Inovação do INSS.
“Estamos em 80% do projeto, falta muito pouco para a entrega do produto”, comentou animado Luiz Claudio Sena Santos, servidor do INSS e diretor nacional do Projeto PNUD.
Após esta etapa, em que se avalia as soluções pensadas para o atendimento do INSS, virá a última fase – de consolidação – com a entrega do relatório de conclusão dos trabalhos, prevista para fevereiro de 2024.
Simplificação
O projeto para o novo modelo de atendimento do INSS está sendo construído desde novembro de 2022, com a consultoria da KPMG, que diagnosticou os serviços prestados pela autarquia em 58 cidades nas cinco regiões do Brasil. Foram ouvidos mais de 3.600 cidadãos, sendo 3.279 de forma remota e 353 em pesquisas de campo.
Com base em seis pilares – canais, propósito dos canais, serviços, tecnologia, pessoas e protocolos – o novo modelo de atendimento busca simplificar e melhorar o acesso dos cidadãos aos serviços do INSS, a fim de transformar questões como a falta de entendimento sobre os direitos previdenciários, sofrida por 64% dos segurados, e adequações necessárias nos canais de interação com a sociedade, conforme o perfil dos usuários.
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Aposentadoria, boa ou ruim para a saúde
Estudos põem lado a lado depressão e melhor qualidade de vida; o caminho depende de preservar planos e propósitos
Efeito depende de planos e propósitos
Desde 2016, o aposentado Carlos Alberto Patrício, de 71 anos, conta os dias para novembro chegar. No dia 4, ele já veste, orgulhoso, a roupa vermelha e branca e dá expediente, das 14 às 20 horas, em um shopping de Botafogo, zona sul do Rio, até a véspera de Natal. Sob o nome artístico de Carlos Patrício Noel, tira fotos, recebe cartinhas, distribui sorrisos. Na noite de 24 de dezembro, faz uma média de seis visitas domiciliares, de 40 minutos cada, por bairros como Barra, Recreio e Jacarepaguá.
Carlos Alberto é um dos mais de 800 “Bons Velhinhos” que a Escola de Papai Noel do Brasil, com sede no Rio, já formou em 30 anos. “Quando visto a roupa do Papai Noel, eu me transformo. É como se eu adquirisse superpoderes. Mudo até meu jeito de agir e pensar”, diz o militar reformado do Exército que já foi dono de empresa de vigilância e síndico de condomínio.
A ideia de se transformar em Noel, conta, partiu de um morador do prédio onde mora. Foi o vizinho quem indicou, por causa de sua barba branca, a escola fundada pelo ator e diretor teatral Limachem Cherem em 1993. No cargo, é possível faturar algo em torno de R$ 20 mil por cerca de 40 dias de trabalho. “O lado bom é poder estar sempre em contato com criança. O lado ruim? Não ter começado antes”, diverte-se Simon Komarov, de 75 anos, mais conhecido como Saymon Claus, Papai Noel há 12 anos.
“DEPRESSÃO PÓS-APOSENTADORIA”
Mas não é todo trabalhador que, a exemplo de Carlos e Simon, consegue encontrar uma nova razão para viver – e uma fonte de renda – depois de aposentado. Muitos, sem propósito e rendimento, caem em depressão. É o que alguns especialistas já apelidaram de “depressão pós-aposentadoria”. O distúrbio não consta no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, nem na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). Mas um estudo de 2013 do Institute Economics Affairs (IEA), com sede em Londres, dá o alerta: parar de trabalhar pode aumentar em 40% o risco de depressão e em 60% o de doenças físicas. “Na maioria das vezes, os pacientes não se queixam de tristeza, mas de vazio. É como se vivessem um ‘grande domingo que nunca acaba’. Atribuo esse sentimento à falta de propósito. Quando temos projetos, o futuro existe. Quando não temos, os dias são todos iguais”, diz a psiquiatra Tânia Correia de Toledo Ferraz Alves, da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Coordenadora do Departamento de Psicogeriatria da instituição, Tânia explica que os sintomas da chamada “depressão pós-aposentadoria” podem variar de físicos a psicológicos. Cita cinco: dores pelo corpo, falta de sono, perda de apetite, dificuldade de concentração e lapsos de memória. Para tratar, há dois caminhos: o psicossocial, técnica que combina aspectos sociais e psicológicos,
e o farmacológico, terapia que prescreve, com orientação médica, remédios antidepressivos. Mais importante do que tratar, porém, é prevenir a “depressão pós-aposentadoria”. Neste sentido, recomenda que, às vésperas da aposentadoria, o trabalhador saia à procura daquela gaveta, no sentido próprio ou figurado da palavra, onde guardou, durante os anos de serviços prestados, seus projetos pessoais.
E, assim que encontrar, procure esvaziá-la. “Lembra dos sonhos que você deixou de realizar por falta de tempo? Então, que tal realizá-los agora? Pode ser escrever um livro, visitar museus, aprender pintura, fazer uma viagem, pescar com amigos… Nunca é tarde para resgatar antigos projetos ou, então, descobrir algo novo para fazer”, afirma a psiquiatra.
APOSENTADORIA FAZ BEM
Em 2015, a equipe do economista Peter Eibich, da Universidade de Oxford, avaliou o impacto da aposentadoria e, depois de monitorar mais de 10 mil famílias, chegou à conclusão de que aposentar-se faz bem à saúde. Entre outros achados, Eibich apurou que os aposentados britânicos dormem mais, se estressam menos e praticam mais exercícios físicos do que pessoas da mesma idade que ainda trabalham. Por essas e outras, vão 25% menos ao médico em comparação com trabalhadores da mesma faixa etária.
A geriatra Ronny Roselly Domingos, especialista em envelhecimento ativo da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), lembra que ninguém dorme trabalhador e acorda aposentado. Pelo contrário. Todo mundo sabe que, mais cedo ou mais tarde, vai passar por isso. No entanto, ninguém, ou quase ninguém, se prepara como deveria. “Em geral, a aposentadoria é muito desejada, mas pouco planejada. Todo mundo planeja passar no vestibular, se casar,
ter filhos, ingressar no mercado de trabalho etc, mas ninguém se prepara para a aposentadoria. Assim como o jovem pensa que nunca vai envelhecer, o trabalhador acha que nunca vai se aposentar. O idoso que serei aos 80 anos depende do jovem que eu fui aos 20”, diz a médica.
Preparar-se financeiramente para quando a aposentadoria chegar é tão urgente e preciso quanto se planejar mentalmente para essa fase da vida. Autor de livros sobre educação financeira, como Adeus, Aposentadoria – Como Garantir Seu Futuro Sem Depender Dos Outros, o escritor Gustavo Cerbasi dá uma dica: o ideal é o trabalhador poupar o mínimo possível por mês e, em seguida, multiplicá-lo no melhor investimento que estiver ao seu alcance. Segundo o autor, não há um porcentual – dependendo da ocasião, o trabalhador pode economizar mais (caso de jovens em início de carreira) ou menos (de profissionais que acabaram de ter filhos). “Não trabalhamos para pagar as contas do mês. Trabalhamos para pagar as contas da vida.”
Preparar financeiramente é tão urgente e preciso quanto planejar mentalmente (Agência Estado)
Consignado: Bancos reagem, mas maioria cobra abaixo do teto
Febraban alega que diminuição do teto do consignado do INSS causou ‘relevante queda na oferta para aposentados’
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) divulgou nota no final da noite desta quarta-feira para discordar da nova redução do teto do consignado do INSS. Segundo decisão do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), o novo limite de juros será de 1,84% ao mês.
A pequena queda (o teto anterior era de 1,91%) acompanha a redução da taxa básica de juros (Selic) do Banco Central, que teve corte de 0,5 ponto percentual no final de setembro.
A nota da Febraban, em conjunto com a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirma que é “visível e meritório o esforço da equipe econômica do governo em adotar medidas para melhoria do ambiente de crédito, a exemplo da aprovação do Marco de Garantias e da implantação do Programa Desenrola”.
“Numa direção oposta, o Ministério da Previdência, sem envolver o Ministério da Fazenda, insiste em diminuir, de forma artificial e arbitrária, o teto de juros do consignado do INSS, sem levar em conta qualquer critério técnico e a estrutura de custos, tanto na captação de funding, quanto na concessão de empréstimos para aposentados”, protestam os bancos.
Porém a maioria dos bancos cobram juros abaixo do teto consignado do INSS. Segundo dados do Banco Central, entre 39 instituições, 28 praticavam em setembro taxas abaixo de 1,91% (teto até então), entre eles Itaú, Banco do Brasil e BMG.
Entre essas 28, há 21 que tinham juros abaixo do novo teto do consignado do INSS, de 1,84% ao mês. Estão nessa lista Bradesco e Santander (1,83%), Safra (1,81%), Crefisa (1,75%) e Banco Inbursa, que oferecia a menor taxa (1,43%).
‘Consequências críticas’ da redução do teto do consignado do INSS
Segundo a Febraban, “já há consequências críticas para os aposentados que o ministro Lupi [da Previdência] diz proteger”. A entidade enumera:
O volume de concessão, comparando-se o período de maio a agosto de 2022 com o mesmo período de 2023, caiu de R$ 29,3 bilhões para R$ 21,2 bilhões;
A média de concessão mensal teve redução de R$ 7,3 bilhões para R$ 5,3 bilhões, de acordo com dados do Banco Central;
Ou seja, R$ 2 bilhões a menos de crédito consignado na economia; uma queda anual de 27%;
O volume de concessões médias mensais entre maio e agosto de 2023 é o menor desde 2018, quando atingiu R$ 5,5 bilhões;
Queda na representatividade de contratações de novas operações (modalidade margem livre) de 84% para 30%;
Redução de 35% na quantidade de operações com aposentados com mais de 70 anos;
Fechamento de lojas de correspondentes bancários (canal responde por 40% da originação) e demissão de empregados;
47% de queda, num só banco, de CEPs atendidos e 11% dos municípios.
Entretanto, a própria Febraban admite que dados da Dataprev – cuja contabilidade difere da feita pelo Banco Central – registra uma redução da média de concessão mensal no período de maio a setembro bem menor, de 12%, passando de R$ 4,5 bilhões para R$ 4 bilhões. O cálculo da Febraban, com base em dados do BC, mostra retração de quase 28%.
“A fixação do teto em patamar não economicamente viável tem prejudicado o atendimento daqueles que apresentam maior risco, com idade elevada, bem como operações para aposentados de mais baixa renda”, mostra preocupação a Febraban.
“Sem o consignado, os aposentados estão tendo de recorrer a outras modalidades de crédito, com custos significativamente mais elevados, principalmente aqueles que estão negativados, prejudicando especialmente a população de menor poder aquisitivo e idade avançada. Estima-se que 48% dos aposentados que tomaram e consignado estavam negativados”, prossegue a nota.
Os juros fora do consignado são realmente salgados. De acordo com as “Estatísticas monetárias e de crédito” do BC, no crédito livre às famílias, a taxa média de juros situou-se em 57,7% ao ano. As taxas de juros do rotativo do cartão de crédito alcançam até 22,94% ao mês. (Marcos de Oliveira – Monitor Mercantil)
Gerações Y e Z são as que mais buscam por benefícios flexíveis no trabalho
Luiz Marinho, ministro do Trabalho, defende debate sobre semana de quatro dias
Estudo da startup Swile em parceria com a Leme Consultoria, com base em dados de mais de 1 milhão de colaboradores e na participação de 1.044 empresas do país de 26 segmentos econômicos produtivos, com mapeamento de 16 tipos de benefícios corporativos e 13 boas práticas de Gente e Cultura (RH) apontou que os profissionais que fazem parte das gerações Z (38%) e Y (34,8%) são os grupos que mais priorizam bem-estar no trabalho e flexibilidade.
Segundo Bruno Montejorge, vice-presidente de marketing da Swile Brasil, essas gerações (Y e Z) têm uma predominância de demanda por flexibilidade no uso de benefícios porque são elas que, de fato, encontram usos alternativos para as concessões dessas vantagens que as empresas disponibilizam aos seus colaboradores. “Hoje, a flexibilidade é em si um benefício e não uma modalidade de concessão deste. Prova disso, é que podemos observar pelo Anuário que, quando as pessoas respondem a pesquisa como pessoa física, elas valorizam carreira, o reconhecimento da performance e a flexibilidade no uso de benefícios”, explica.
Outro ponto relevante que o executivo traz de insight – a partir do Anuário – é que chegou o momento de entender que a nova geração, que está entrando no mercado de trabalho, já vem com demandas que priorizam o bem-estar. “A flexibilidade já se tornou um desejo do trabalhador e um diferencial para as empresas que a oferecem. Com o novo cenário de mercado, assim que mais pessoas da geração Y e Z alcançarem as posições de maior influência nas organizações, este movimento deverá se intensificar.”
Há outras questões relevantes mostradas pela pesquisa, como o fato que, independentemente da predominância geracional, é possível observar que as preferências no ranking dos benefícios aparecem na mesma direção – tanto quando se fala das mais básicas, como a assistência médica e a alimentação, quanto em flexibilidade. “No estudo, vemos que, muitas vezes, no que diz respeito às boas práticas de RH, existe um desalinhamento entre o que as empresas oferecem e o que as pessoas valorizam. Os colaboradores anseiam por muita flexibilidade, mas eles também querem que as suas necessidades básicas sejam atendidas.”
Entre as categorias mais valorizadas pelas organizações na hora de oferecer os benefícios aos colaboradores estão: vale-refeição (81,2%), assistência médica (81,1%), seguro de vida (67,1%), assistência odontológica (62,4%) e vale-alimentação (57,2%).
Outra vantagem para as empresas é que a Medida Provisória nº 1.173/23, que prorrogava a portabilidade e a interoperabilidade no âmbito do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) para 2024, deixou de ter efeito no final de agosto, sem ser convertida em lei.
“O novo Decreto nº 11.678/23 chega para começar a regular como a portabilidade deveria funcionar e, também, para trazer mais clareza no sentido de que os rebates disfarçados estavam proibidos e assim continuam no PAT”, explica Montejorge. “Com a ratificação da proibição pelo novo decreto e o fim das maneiras criadas pelas operadoras tradicionais para disfarçar o rebate, a expectativa é que haja ampla abertura de mercado, sem nenhuma prática criativa por parte dos incumbentes, como forma de burlar a lei. Dessa forma, cada vez mais, as companhias poderão oferecer benefícios que se encaixam de acordo com a prioridade de cada colaborador.”
Na última segunda-feira, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse considerar importante a discussão sobre a semana de quatro dias de trabalho, estrutura na qual os empregados trabalham um total de quatro dias por semana, em vez dos tradicionais cinco. Em alguns casos, significa trabalhar quatro dias mais longos, enquanto em outros envolve a redução do total de horas trabalhadas semanalmente para 32 horas, em vez das tradicionais 44 horas.
Segundo o professor Virgilio Marques dos Santos, doutor em Engenharia Mecânica pela Unicamp, “em tese, a ideia da semana é tornar a hora trabalhada mais cara, porém mais produtiva. Um bom exemplo é pensar num empresário que possui 10 colaboradores e gasta R$ 100 mil mensais com salários e benefícios. Dessa forma, ele adquire 1.760 horas trabalhadas por mês, por esse valor, pagando R$ 56,82 pela hora trabalhada.”
“Nessa mesma empresa, sua produção mensal é de 1.000 peças. Assim, só de mão de obra, sua peça terá um custo de R$ 100. Dessa forma, se a equipe conseguir produzir as mesmas peças, mas trabalhando apenas quatro dias, o aumento de produtividade compensaria o maior valor pago por hora trabalhada”, analisa.
As discussões sobre a redução da jornada de trabalho não são novas. No início do século XX, à medida que a Revolução Industrial avançava e a mecanização aumentava, houve movimentos para reduzir as jornadas. Naquela época, elas podiam ser extremamente longas, frequentemente durando de 10 a 16 horas por dia.
Em meados do século XX, muitos países industrializados adotaram a jornada de trabalho de 40 horas como padrão. Isso foi o resultado de anos de campanhas de sindicatos e trabalhadores para melhores condições aos profissionais. No entanto, mesmo após a adoção da semana de 40 horas, a ideia de reduzir ainda mais essa carga permaneceu. No Brasil, a jornada foi estabelecida em lei pela Constituição de 1988, como sendo de 8 horas diárias e 44 horas semanais, o limite máximo para o trabalho normal.
“Em vários lugares ao redor do mundo, empresas e até mesmo governos locais começaram a experimentar a semana de trabalho de quatro dias. Por exemplo, a Nova Zelândia realizou um experimento em que os funcionários trabalhavam quatro dias por semana, mas recebiam o salário de cinco. O experimento foi considerado um sucesso, pois a produtividade se manteve e os trabalhadores relataram melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. O problema começa quando vamos para os aspectos práticos da vida. Empresa em que a demanda é constante todos os meses não existe. Como também desconheço aumento de produtividade sem investir consideráveis somas de dinheiro em equipamentos, sistemas, treinamento e automação. Além disso, há indústrias em que é vital ter colaboradores disponíveis cinco dias por semana ou mais. Implementar uma semana de quatro dias sem a devida rotação pode levar a lacunas na cobertura. Acho o conceito interessante e possível, haja vista que 83% dos profissionais no país dizem fingir que trabalham para parecerem ocupados. Se quem finge diz que o faz quase metade do tempo, temos um universo de 22 horas disponíveis para aumentar a produtividade.” (Monitor Mercantil)
Brasil criou 220,8 mil postos de trabalho com carteira assinada em agosto, e estoque de 43,8 milhões é histórico.
Ainda há um aquecimento da massa salarial, segundo o Ministério do Trabalho
Passados oito meses desde a retomada da reconstrução nacional, o país está lentamente progredindo e se afastando dos anos de crise social e econômica graves, após os efeitos devastadores dos governos anti-populares encabeçados por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Além da retomada da economia, o país assiste à mudança no mercado de trabalho. Os dados são oficiais.
O Brasil registrou saldo positivo de 220.844 empregos com carteira assinada no mês de agosto. No acumulado desde janeiro, a marca é de 1,38 milhão de novos empregos. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na segunda-feira, 2, pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O resultado surpreendeu mais uma vez as instituições financeiras e consultorias, que desde o começo do ano falam que o mercado de trabalho desaceleraria no segundo semestre. Nem os economistas mais pessimistas escondem os dados. Ainda assim, há quem lamente que, embora os números continuem positivos, houve uma perda de ritmo.
De acordo com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o estoque de empregos formais no país chegou a 43,8 milhões de postos em agosto – 0,51% a mais que no mês anterior. É novamente o maior valor já registrado na série histórica levando em conta tanto o período do Caged (junho de 2002 a 2019) quanto do Novo Caged (a partir de 2020).
O senador Humberto Costa (PT-PE) comemorou os números. “É uma boa notícia. O Caged de agosto, traz ótimos números do emprego no Brasil. São 43,8 milhões de empregos formais no país, maior número de toda a série histórica”, celebrou. “É o efeito Lula. Faz o L!”. No ano, dos 1,3 milhão de novos empregos, o setor de serviços criou 777.130, seguido por construção (222.925), indústria geral (187.573) e agropecuária (105.422). Já comércio teve abertura de 101.032 vagas.
O saldo do mês de agosto superou a expectativa de criação líquida de 178 mil empregos. Isso é reflexo de 2.099.211 admissões contra 1.878.367 desligamentos. No ano, as admissões alcançaram 15.937.956 postos, e o número de trabalhadores desligados é de 14.549.894.
Os salários de admissão e desligamento chegaram a R$ 2.037,90 e R$ 2.121,90 em agosto, respectivamente, sendo maior para o grupo masculino, que chegou a R$ 2.116,47, contra R$ 1.924,51 alcançado pelo grupo feminino.
O ministro Luiz Marinho avalia que os dados mostram o início do processo de aquecimento da massa salarial, que está ligado ao aumento do salário mínimo e aos acordos coletivos de trabalho, que na grande maioria têm sido além da inflação. “Isso acaba também provocando um crescimento na massa salarial”, diz. O fortalecimento da massa salarial, por sua vez, tem reflexos positivos no consumo das famílias e, consequentemente, na economia como um todo.
Entre os estados, o destaque é para São Paulo, que teve o melhor desempenho, gerando 65.462 postos no mês, seguido do Rio de Janeiro (18.992) e Pernambuco (15.566). Os menores saldos foram verificados no Espírito Santo (315), no Acre (448) e em Roraima (689). (Perseu Abramo)
Empresas adotam selo ‘age-friendly’ para contratação de idosos
Agência de emprego oferece ‘frilas’ para aposentados que chegaram ao topo da carreira
A filial brasileira da multinacional francesa de medicamentos Sanofi se tornou, neste ano, a primeira empresa no país a receber o selo age-friendly (algo como “amigável à idade”, em inglês), criado há 17 anos pelo americano Age-Friendly Institute. A iniciativa surgiu como resposta ao envelhecimento populacional.
A ideia é ajudar os candidatos com mais de 50 anos a encontrar uma vaga de trabalho compatível com a sua experiência, sem discriminação de idade. O selo reconhece as empresas que valorizam os 50+ por conhecimento, maturidade, confiabilidade e produtividade.
Dessa forma, quem estava acostumado a trabalhar com programas de trainee é desafiado a rever seus conceitos e abrir espaço para os talentos 50+.
“Hoje, essa faixa etária corresponde a 16% do total do quadro de colaboradores da Sanofi no país”, disse Pedro Pittella, diretor de pessoas na Sanofi Brasil. “Mas estamos em busca de talentos com esse perfil e temos uma meta de contar com 20% de profissionais 50+ em nosso quadro de colaboradores até 2025”, afirmou.
O Age-Friendly Institute estabelece as melhores práticas para um “empregador amigo dos trabalhadores maduros”. No Brasil, o instituto é representado pela Maturi, uma startup de inclusão de pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho.
“Trouxemos essa certificação para o país no começo deste ano. Temos cinco empresas com o selo até agora e outras quatro em processo de certificação”, disse Mórris Litvak, fundador e presidente da Maturi.
Destas cinco, três são farmacêuticas —além da Sanofi, a Takeda e a Eurofarma— e duas são varejistas —o Grupo Pereira (dono das redes Comper e Fort Atacadista, entre outras) e Grupo São Vicente, do interior paulista.
De acordo com Litvak, a certificação observa 12 categorias, desde o percentual de colaboradores 50+ até o nível de integração com funcionários mais jovens, passando pela preparação para a aposentadoria ou pós-carreira.
“A certificação vai, naturalmente, ajudar a empresa a entender e atender melhor o seu consumidor com mais de 50 anos”, disse o executivo.
A Maturi decidiu trabalhar com o público 50+ —não 60+, de idosos— porque percebeu que, a partir da meia centena de vida, os profissionais já ficam praticamente invisíveis para o mercado de trabalho.
“Principalmente para as mulheres, a partir dos 50, o mercado de trabalho já se torna bastante desafiador”, disse Litvak. “Nosso objetivo sempre foi trabalhar com pessoas que estavam sofrendo o etarismo profissional, a dificuldade em se inserir no mercado de trabalho por causa da idade.”
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o percentual de idosos no mercado de trabalho avançou nas duas últimas décadas. Em 2000, 4,3% dos idosos faziam parte da população economicamente ativa. Hoje são 6,8%.
Para aqueles profissionais com mais de 50 que já tiveram uma trajetória de sucesso no mercado corporativo, mas estão desempregados, a agência Talento Sênior criou uma solução chamada “talent as a service”.
“A ideia é oferecer aquele talento que a sociedade não está mais usufruindo, que já foi de grandes empresas, e apresentá-lo de forma fracionada a pequenas e médias operações”, disse Juliana Ramalho, presidente da Talento Sênior. O “fracionado” é porque o profissional não é exclusivo de uma empresa.
“Ele pode ser o CFO, o diretor de RH, o presidente de três empresas ao mesmo tempo, não de uma só”, disse. “É um modelo acessível para a pequena e média empresa, que não pode pagar alguém tão experiente em tempo integral, ao mesmo tempo em que dá oportunidades de trabalho a quem estava parado”, afirmou Juliana, especialista em longevidade pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
A executiva dá o exemplo de um dos candidatos, Antonio Abbade, 59. Engenheiro mecânico formado pela USP (Universidade de São Paulo), com MBAs em administração e negócios pela FGV, e em finanças pela FIA Business School, Abbade se especializou na área de finanças ao longo da carreira.
“Quando o encontramos, no final de 2021, ele estava só com a aposentadoria. Nós o colocamos em quatro empresas: cada dia da semana ia em uma, sendo que uma das empresas o contratou por dois dias”, disse Juliana. “Hoje a renda dele já voltou perto dos R$ 20 mil mensais.”
A Talento Sênior começou em outubro de 2021 e hoje conta com 1.200 profissionais cadastrados na sua plataforma. “Queremos recolocar no mercado o pessoal mais velho, que foi muito afetado pelos cortes na pandemia”, disse. As áreas que mais demandam os seniores são financeiro, recursos humanos e comercial.
Já o coletivo Trabalho 60+ foi criado em fevereiro de 2017, com a proposta de praticar, incentivar e propagar ações cidadãs para a valorização do idoso. “Nós somos um coletivo aberto, inclusivo, em busca de trabalho colaborativo, prazeroso e com remuneração justa”, disse Ary Filler, 65, coordenador do coletivo.
O grupo, que congrega pessoas interessadas em trocar ideias e colaborar em diversos projetos que envolvem os mais velhos, se reúne uma vez por semana, em São Paulo. Integrantes de outras cidades participam remotamente.
“Defendemos que o protagonismo é a chave para que o idoso seja respeitado”, disse Filler. “Ele deve assumir as rédeas da própria vida e não se deixar encaminhar aos aposentos, que é o lugar que a sociedade reserva aos aposentados. Não deve se isolar ou se deprimir.”
Nesse sentido, disse, a interação social é a fundamental. “É preciso que o idoso tenha um grupo de apoio —pode ser a própria família, os amigos ou uma instituição religiosa”, afirmou.
Ao mesmo tempo, o público que lida com o time dos 60+ deve ter em mente que cada idoso é único, tem a sua própria trajetória, traz a sua experiência de vida.
“Não dá para generalizar”, disse Filler. “Até porque cada fase da velhice tem um perfil diferente —aos 60, 70, 80 ou 90 anos”, afirmou.
Uma mudança na classificação dos idosos pelo IBGE está em sintonia com essa abordagem da terceira idade, cada vez mais longeva. Até os anos 1980, a classificação etária para idosos ia até os 80+. A partir dos anos 1990, essa classificação se transformou em quatro novas faixas: 80-84 anos, 85-89 anos, 90-94 anos e 95-99 anos.
“Trabalho com idosos, que podem ou não ter demência. A pior coisa para eles é serem ignorados”, disse Paulo Bertolucci, neurologista, professor titular de Neurologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ele próprio um idoso de 68 anos. “É uma faixa etária que está aumentando neste país, todos terão que conviver cada vez mais com eles. É fundamental aprender boas regras de convivência.” (Folhapress)
Seguro é mais do que negócio
O negócio do seguro tem princípios que transcendem a simples assinatura de um contrato com obrigações bilaterais unindo segurado e seguradora, numa avença de consumação aleatória. O pedido de indenização pode ou não ser feito, dependendo da ocorrência do fato gerador e da existência de uma perda financeira. Importante salientar que a imensa maioria dos contratos de seguros não é acionada pelo segurado. É isto que permite que o preço da apólice seja baixo, em relação ao valor da proteção oferecida.
Seguro se baseia em princípios como solidariedade, compaixão, repartição das perdas e proteção social. Sua base é um fundo composto pela participação proporcional ao risco de cada segurado. Com o tempo, essa operação se transformou em negócio e as seguradoras se estruturaram, como mútuas ou sociedades anônimas, com regras claras de funcionamento e forte controle para garantir a higidez, a imparcialidade e a segurança da avença, principalmente em favor do segurado.
Mas as seguradoras vão além do negócio e oferecem para a sociedade uma série de ações com foco em questões importantes para o bem-estar social e que, naturalmente, as beneficiam, ainda que de forma indireta.
Quanto menos indenizações a seguradora pagar, melhor para ela e para o segurado. Ela tem como consequência um resultado melhor, e o segurado, um seguro mais barato. Os dois lados saem ganhando.
É assim que já faz anos que as seguradoras se debruçam sobre temas como o aquecimento global e as mudanças climáticas. Com ações próprias e financiando trabalhos científicos, elas investem pesado na busca de soluções que minimizem os estragos decorrentes do aumento da temperatura. É olhar o que está acontecendo no mundo para se entender por que elas fazem isso. Os custos das indenizações estão subindo e isso não é bom para elas.
Mas não é só em temas como esse que elas investem pesado. Na semana passada, participei de um grande evento realizado por uma das maiores seguradoras do país para discutir o aumento da longevidade e seus impactos sobre a vida das pessoas. Importante salientar que em nenhum momento houve a apresentação de seus produtos ou a tentativa de vendê-los. O que estava em discussão – e foi alvo de painéis muito bem elaborados – era o aumento da idade média e, principalmente, o aumento da qualidade de vida das pessoas mais velhas.
Numa sequência dinâmica, foram colocadas questões como o preconceito contra os mais velhos, o medo do envelhecimento, ações para melhorar a saúde e a qualidade de vida, a importância da medicina, da alimentação e dos cuidados com o corpo, além de depoimentos de pessoas famosas.
As seguradoras vão além do negócio, e oferecem uma série de ações com foco em questões importantes que envelheceram e que estão bem resolvidas diante da vida e das suas idades.
Eu já disse mais de uma vez: as pessoas só envelhecem porque não morrem. E, entre as duas alternativas, com certeza, envelhecer com saúde é melhor que morrer. O evento mostrou isso com competência, baseado na evolução da ciência e nos ganhos decorrentes dela. Mas, acima de tudo, deixou claro que se envelhecer é inexorável é melhor fazê-lo de forma saudável e inteligente para continuar aproveitando tudo de bom que a vida oferece. (Antonio Penteado Mendonça – Agência Estado)
Seguros: Números até o mês de Agosto de 2023
Márcio Serôa de Araújo Coriolano
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) divulgou em 11/10/2023 as estatísticas da arrecadação e das despesas dos seguros atualizadas até o mês de AGOSTO do corrente ano.
A taxa de crescimento anualizada das receitas, cuja queda havia sido interrompida em JULHO, voltou a se reduzir, desta vez para 10,4% (11,8% em JULHO e 11,7% em JUNHO). É a menor taxa desde ABRIL de 2021. Para uma comparação rápida, em janeiro deste ano a taxa anualizada de crescimento havia sido de 17,2%, a maior da série histórica.
As receitas em AGOSTO, de R$ 36,6 bilhões, tiveram acréscimo de 3,3%% frente às do mês anterior, JULHO, após o aumento de 7,9% relativo a JUNHO. Na ausência de dados de quantidades de itens, permanece difícil diagnosticar se o efeito das taxas é de demanda efetiva ou de preços dos seguros (tarifação e reajustes), o que somente poderá ser explicado quando o SRO – Sistema de Registro de Operações, da Susep, adiado, passar à sua plena vigência.
Os números de AGOSTO ainda foram superiores em 9,5% na comparação com o mesmo mês do ano de 2022, após expressivos 13,8% na comparação com JULHO do ano passado. Quando considerado o período acumulado no ano, a arrecadação (R$ 253,8 bilhões) cresceu 8,6% contra 2022, percentual equivalente ao observado até JULHO.
O importante a observar é que (conforme acima registrado), em termos anualizados (), em AGOSTO houve retomada da trajetória de queda da evolução (10,4%) das operações de seguros. Lembrando que as taxas haviam sido de 11,8% até JULHO, 11,7% até JUNHO, 12,2% até MAIO, 13,5% até ABRIL, 14,8% até MARÇO e de 15,6% até FEVEREIRO contra os inéditos 17,2% registrados até JANEIRO. () Média de “janelas” de 12 meses móveis.
Essa evolução das taxas de crescimento das receitas ocorre pelos efeitos estatísticos de uma base anterior comparativa, de 2021 e 2022, de arrecadação mais forte. A maior contribuição relativa para essa evolução no período acumulado de janeiro a agosto foi do ramo de Danos e Responsabilidades, com 12,8%, seguida de 7,4% da Previdência Privada Aberta, de 7,1% da Capitalização e de 6,9% do ramo de Pessoas (Vida + VGBL).
O Gráfico a seguir apresenta as taxas anualizadas de JANEIRO de 2018 até o último dado de AGOSTO de 2023, estas sendo a melhor medida para a avaliação de tendências. Ainda havendo quatro meses de dados a serem divulgados até o encerramento do ano, o comportamento das receitas de cada um dos ramos dos seguros poderá ou não confirmar as recentes previsões divulgadas de crescimento de 2023 abaixo de 2 dígitos. Recordamos que os últimos dois meses do ano são historicamente de intenso esforço de vendas por parte de corretores e seguradoras.
De modo recorrente no ano, as indenizações e resgates continuam evoluindo bem abaixo das receitas, equilibrando melhor os resultados operacionais (“sinistralidades”). A persistência da política monetária restritiva – com manejo cauteloso das taxas de juros – também poderá dar mais alívio na linha financeira das seguradoras para o resultado final do ano. (Márcio Serôa de Araújo Coriolano – Capitólio)
Reforma Tributária: Relator quer limitar Conselho Federativo
Braga defende ainda aumento do Fundo de Desenvolvimento Regional, mas diz que valor depende da Fazenda
O relator da Reforma Tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), defendeu nesta terça-feira (10) limitar os poderes do chamado Conselho Federativo.
Previsto no texto aprovado pela Câmara, o órgão sofria resistência de governadores principalmente por incertezas quanto às decisões do colegiado acerca da distribuição de recursos a estados e municípios.
De acordo com a PEC (proposta de emenda à Constituição) aprovada pela Câmara, o Conselho Federativo tem entre suas atribuições arrecadar parte dos valores do IVA (Imposto sobre Valor Agregado, a ser criado a partir da fusão de outros tributos), e distribuí-los a estados e municípios, além de uniformizar a interpretação da legislação sobre o novo imposto e editar normas infralegais relacionadas a ele.
O texto também prevê que o órgão poderá ter “iniciativa de lei complementar” sobre o IVA, o que desagrada ao relator.
Braga defende que o conselho seja transformado em “comitê gestor”, aos moldes do Comitê Gestor do Simples Nacional —que tem uma função bem mais limitada, de regulamentar apenas determinados aspectos previstos na legislação relacionada ao tema.
Esse órgão é formado por representantes do governo, dos estados, dos municípios, do Sebrae e das confederações de micro e pequenas empresas.
Segundo Braga, a mudança tem sido bem recebida por governadores. “[O Conselho Federativo ficará] sem competência para iniciativas legislativas e sem competência para ter de decidir sobre questões federativas. Eu acho que isso simplifica e não traz para dentro desse comitê gestor disputas políticas. Até porque um comitê gestor de tributos não é local para ter disputas políticas”, disse o senador.
A Reforma Tributária em discussão no Congresso Nacional prevê a fusão de PIS, Cofins e IPI (tributos federais), além de ICMS (estadual) e ISS (municipal), em um IVA.
O sistema será dual: uma parcela da alíquota será administrada pelo governo federal por meio da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), e a outra, por estados e municípios pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
O texto aprovado pela Câmara estabelece o Conselho Federativo como o órgão responsável pela gestão e arrecadação do IBS, bem como pelo repasse dos recursos que cabem a cada ente da Federação.
O formato do Conselho tem sido um dos principais pontos de embate no Congresso. Para atrair apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o relator na Câmara deu mais peso a estados populosos, beneficiando Sul e Sudeste.
A mudança, porém, desagradou a governadores do Norte e Nordeste, para quem o Brasil é uma federação e não há razão para dar mais peso de voto a um ou outro estado. Ex-governador do Amazonas, Braga já vinha sinalizando mudanças na composição do Conselho.
Nesta terça, o senador também defendeu um valor maior para o Fundo de Desenvolvimento Regional, mas disse que o montante ainda não está definido. Governadores pleiteiam cerca de R$ 30 bilhões a mais do que os R$ 40 bilhões previstos inicialmente.
“Eu defendo [aumento]; agora, o patamar não está definido porque depende de entendimento com o governo federal. Nós não podemos criar um fundo sem a perspectiva de ter as fontes. É sobre isso que nós estamos conversando”, declarou.
Braga pretende apresentar seu parecer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado no próximo dia 24. A expectativa é que o texto seja votado na CCJ no dia 7 de novembro e, em seguida, no plenário da Casa entre os dias 7 e 9 de novembro.
Questionado sobre a lista de exceções à alíquota geral do IVA definidas pela Câmara dos Deputados —que podem aumentar a tributação de todos os contribuintes— o senador afirmou que ainda está tentando montar uma equação razoável.
Braga disse que “todo mundo está querendo algum tipo de benefício, e a conta não fecha”. O senador também ressaltou que o Senado aprovou uma lei que estabelece a revisão dos benefícios fiscais a cada cinco anos.
“Essa lei levou 21 anos para ser votada no Congresso Nacional. O Senado tem, portanto, manifestação consensual [sobre isso]. É fácil reproduzir isso para dentro da PEC. Será que isso tem apoio da Câmara? Não sei.”
Braga e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devem conversar com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o relator do texto na Casa, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-AL), na semana que vem —antes, portanto, da apresentação no Senado.
Um dos pontos a serem conversados com a Câmara dos Deputados é sobre a Zona Franca de Manaus. Braga sinalizou que avalia repetir a solução apresentada pelo ex-senador Roberto Rocha (MA) na proposta de Reforma Tributária discutida na última legislatura.
O senador do Amazonas afirma que a ideia é criar um incentivo para propostas de “inovação tecnológica, transição energética e descarbonização”, com “limitações e travas”.
O debate sobre o tema está ligado à prorrogação de incentivos fiscais para montadoras de veículos instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste até 2030 —que era defendida pelo próprio presidente Lula (PT) e foi derrotada pela Câmara dos Deputados por apenas um voto. O benefício também tem apoiadores de peso no Senado, como os baianos Jaques Wagner (PT), líder do governo, e Otto Alencar (PSD), líder do PSD.
Braga conversou com a imprensa após reunião com os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); e de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB).
O grupo pediu cinco itens, entre eles a criação de um fundo constitucional para o Sul. “O objetivo é garantir equilíbrio na distribuição de recursos federais para o desenvolvimento das regiões. Atualmente, há fundos constitucionais para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, afirmou Leite. (Folhapress)
IPCA abaixo da meta de inflação
Se a expectativa é de resultado em 2024 abaixo da meta de inflação, por que manter os juros altos?
O IBGE divulga nesta quarta-feira o IPCA (inflação oficial) de setembro. No mercado financeiro, já há quem espere um IPCA ao final de 2023 abaixo da meta de inflação de 3,25% (variando entre 1,75% e 4,75%).
Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena, por exemplo, espera alta de 0,28% em setembro, variação 12 meses em 5,20% e 4,6% em 2023, abaixo do teto da meta. Para 2024, a especialista espera 3,9%.
A média do mercado financeiro ainda faz projeções um pouco acima da meta de inflação: 4,86% em 2023. Mas abaixo do teto da meta em 2024 (que é de 4,5%): média do mercado (Boletim Focus) de 3,88%.
Ficando na lógica do mercado – sem entrar na discussão da falácia que é a meta de inflação – por que então a pressão para manter os juros altos, com tímidas reduções?
Pode-se pensar em falhas nos modelos matemáticos, precaução diante dos conflitos mundiais, expectativa com os juros nos Estados Unidos. Mas não se descarte a pura e simples especulação. Afinal, há que se ganhar dinheiro.
Indústria fluminense acima da média
Em agosto, a produção industrial fluminense aumentou 1,7%, frente a julho, na série com ajuste sazonal. “Foi o 6º melhor resultado nacional em agosto e bastante superior à média nacional (+0,4%)”, ressalta Sérgio Duarte, presidente da Rio Indústria.
O crescimento do Rio foi sustentado exclusivamente pelas Indústrias Extrativas (+9,7%). Em 2023, a indústria fluminense avançou 4,1%, enquanto a média nacional caiu 0,3%.
A análise com base em dados regionais da PIM, divulgados nesta terça pelo IBGE, foi feita pelo consultor econômico William Figueiredo, da Future Tank em parceria com a Associação Rio Indústria. Na comparação com agosto de 2022, O Rio abocanhou o 5º melhor resultado do País, superior à média nacional (+0,5%). (Monitor Mercantil)PCA abaixo da meta de inflação
Se a expectativa é de resultado em 2024 abaixo da meta de inflação, por que manter os juros altos?
O IBGE divulga nesta quarta-feira o IPCA (inflação oficial) de setembro. No mercado financeiro, já há quem espere um IPCA ao final de 2023 abaixo da meta de inflação de 3,25% (variando entre 1,75% e 4,75%).
Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena, por exemplo, espera alta de 0,28% em setembro, variação 12 meses em 5,20% e 4,6% em 2023, abaixo do teto da meta. Para 2024, a especialista espera 3,9%.
A média do mercado financeiro ainda faz projeções um pouco acima da meta de inflação: 4,86% em 2023. Mas abaixo do teto da meta em 2024 (que é de 4,5%): média do mercado (Boletim Focus) de 3,88%.
Ficando na lógica do mercado – sem entrar na discussão da falácia que é a meta de inflação – por que então a pressão para manter os juros altos, com tímidas reduções?
Pode-se pensar em falhas nos modelos matemáticos, precaução diante dos conflitos mundiais, expectativa com os juros nos Estados Unidos. Mas não se descarte a pura e simples especulação. Afinal, há que se ganhar dinheiro.
Indústria fluminense acima da média
Em agosto, a produção industrial fluminense aumentou 1,7%, frente a julho, na série com ajuste sazonal. “Foi o 6º melhor resultado nacional em agosto e bastante superior à média nacional (+0,4%)”, ressalta Sérgio Duarte, presidente da Rio Indústria.
O crescimento do Rio foi sustentado exclusivamente pelas Indústrias Extrativas (+9,7%). Em 2023, a indústria fluminense avançou 4,1%, enquanto a média nacional caiu 0,3%.
A análise com base em dados regionais da PIM, divulgados nesta terça pelo IBGE, foi feita pelo consultor econômico William Figueiredo, da Future Tank em parceria com a Associação Rio Indústria. Na comparação com agosto de 2022, O Rio abocanhou o 5º melhor resultado do País, superior à média nacional (+0,5%). (Monitor Mercantil)
FMI melhora perspectivas para o Brasil e prevê crescimento de 3,1% em 2023
Fundo melhora estimativa do PIB brasileiro em 1 ponto percentual
A projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o crescimento da economia do Brasil neste ano melhorou em 1 ponto percentual para refletir os resultados surpreendentes do primeiro semestre, com alta também na estimativa para 2024.
Ao divulgar seu relatório Perspectiva Econômica Global nesta terça-feira (10), o FMI citou “uma agricultura dinâmica e serviços resilientes no primeiro semestre de 2023”, como motivos para elevar a projeção de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) este ano a 3,1%. Em julho, a última previsão do fundo foi de 2,1%.
O FMI também melhorou seu cenário para 2024, vendo agora um crescimento do PIB de 1,5%, contra 1,2% antes.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que o PIB brasileiro cresceu 0,9% no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores, depois de uma expansão de 1,8% no primeiro trimestre, em resultados que surpreenderam positivamente.
A perspectiva do FMI para este ano é um pouco mais otimista do que a de analistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central, divulgado na segunda-feira (8), que veem uma expansão de 2,92% do PIB. Para 2024, o levantamento mais recente do BC também mostra expectativa de expansão de 1,5%. Já o Ministério da Fazenda vê expansão de 3,2% em 2023 e de 2,3% em 2024, enquanto o BC calcula altas respectivamente de 2,9% e 1,8%.
O conselho executivo do FMI elogiou no final de julho a atual política monetária do Brasil, considerando-a “apropriada”, e pediu a continuação de uma abordagem orientada para o futuro e baseada em dados.
Previsão para América Latina e Caribe melhora
A melhora da projeção para o Brasil contribuiu para um aumento da estimativa de crescimento da América Latina e Caribe como um todo. A perspectiva para o país segue acima da projeção para a região para 2023, mas abaixo do crescimento estimado para o ano que vem.
O FMI melhorou suas estimativas para o PIB da América Latina e Caribe em 0,4 e 0,1 ponto percentual respectivamente em 2023 e 2024, vendo agora expansão de 2,3% em cada um dos anos. Esses resultados ainda mostrariam, no entanto, uma forte desaceleração frente ao ritmo de 4,1% visto pelo FMI em 2022.
“A desaceleração para 2023 reflete uma normalização do crescimento junto com os efeitos de políticas monetárias mais apertadas, um ambiente externo mais fraco e preços mais baixos de commodities”, explicou o fundo.
A forte atividade dos setores agrícola e de serviços no primeiro semestre de 2023 foi o motivo da revisão para cima do crescimento da produção brasileira pelo FMI, de 2,1% em julho para 3,1%.
As principais economias da região que deverão registrar uma contração este ano são a Argentina, com uma estimativa de retração do PIB de 2,5%, e o Chile, com previsão de queda de 0,5%, informou o FMI.
Por outro lado, a perspectiva para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte e que têm forte peso da China, ficou inalterada em 2023 e recuou 0,1 ponto para 2024, ambas em 4,0%, depois de um crescimento de 4,1% calculado em 2022.
Inflação acima de 4% no Brasil, prevê FMI
O relatório do FMI ainda trouxe números para a inflação, que segundo o fundo continua a diminuir no mundo todo conforme os bancos centrais mantêm a postura rígida.
Para o Brasil, o fundo calcula a inflação em uma média de 4,7% e 4,5% respectivamente em 2023 e 2024, com a alta dos preços ao final de cada período em 4,9% e 3,9%. (Folhapress)
EUA: Juros dobram déficit orçamentário no ano fiscal de 2023
Gastos financeiros aumentaram 3x mais que sociais
O déficit orçamentário dos EUA totalizou US$ 1,7 trilhão no ano fiscal de 2023 (que terminou em 30 de setembro), à medida que as taxas de juros subiam, informou, nesta terça-feira, o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) em sua Revisão Orçamentária Mensal.
Depois de ajustar a promulgação e reversão do plano de cancelamento da dívida estudantil do presidente Joe Biden e as mudanças de calendário, o déficit mais do que duplicou entre o ano fiscal de 2022 e o de 2023, de US$ 9 bilhões para US$ 2 trilhões, de acordo com estimativas do CBO.
Esse aumento no déficit orçamentário dos EUA resultou de uma combinação de receitas mais baixas e despesas mais elevadas, “principalmente para grandes programas obrigatórios e para pagamentos de juros sobre a dívida”, afirmou o CBO.
Os gastos com os maiores programas de despesas obrigatórias, incluindo a Segurança Social, Medicare e Medicaid, aumentaram num total de US$ 285 bilhões, ou 11%.
As despesas líquidas com juros da dívida pública aumentaram US$ 177 bilhões, ou 33%, principalmente porque as taxas de juro foram significativamente mais elevadas do que no ano fiscal de 2022.
Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA têm subido, com a taxa das notas do Tesouro de dez anos fechando acima de 4,7% na semana passada – níveis não vistos desde 2007.
“Depois de ter diminuído nos últimos anos devido ao fim da pandemia, o déficit voltou a aumentar”, disse Maya MacGuineas, presidente do Comitê para um Orçamento Federal Responsável, em comunicado.
“Em um momento em que a economia está crescendo e o desemprego permanece perto de mínimos históricos, este deveria ter sido um momento para reduzir os déficits, a fim de nos ajudar a ficar mais bem preparados para melhor responder a futuras crises econômicas ou crises externas”, disse ela.
MacGuineas observou que, com a duplicação dos déficits, o aumento das taxas de juros, os principais fundos fiduciários prestes a se esgotar dentro de uma década e o surgimento de novas ameaças à segurança, “é hora de resolver a dívida”. (Agência Xinhua/Monitor Mercantil)
Fed deve manter juros, mas sem dizer que aperto monetário chegou ao fim
Próxima reunião do banco central americana será em 31 de outubro e 1 de novembro. Altas dos juros futuros dos Treasuries devem ‘ajudar’ trabalho do Federal Reserve
Bonos repunte
Fed deve manter juros, mas sem dizer que aperto monetário chegou ao fim |sede do banco central americano(Bloomberg/Erin Scott)
Autoridades do Federal Reserve parecem estar prestes a manter as taxas de juros inalteradas pela segunda vez consecutiva no próximo mês, mas estão longe de declarar o fim de sua campanha de aperto monetário.
Tomadores de decisão dentro do espectro que vai de “hawkish” a “dovish” sinalizaram nos últimos dias que estão inclinados a não realizar um aumento nas taxas de juros em sua reunião de 31 de outubro a 1 de novembro, devido ao aumento das taxas de juros futuros das Treasuries que já apertou as condições financeiras.
No entanto, com os dados do mercado de trabalho e da inflação mostrando uma economia ainda em crescimento, é improvável que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla inglês) descarte novos aumentos de taxas.
“É cedo demais para declarar vitória”, disse o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, que tem um voto rotativo este ano, na terça-feira, durante um evento em Dakota do Norte.
As minutas da reunião de setembro do Fed divulgadas na quarta-feira mostraram que as autoridades veem uma série de riscos que poderiam elevar a inflação além do que esperam, incluindo choques nos preços dos alimentos, um mercado imobiliário mais forte e uma desaceleração na queda dos preços de bens. Uma guerra terrestre esperada entre Israel e o Hamas também ameaça manter os preços da energia elevados, o que poderia alimentar mais pressões inflacionárias.
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Dados econômicos recentes também destacaram uma economia resiliente, apesar de o Fed ter aumentado as taxas em mais de cinco pontos percentuais desde março de 2022.
A contratação de pessoas aumentou no mês passado, com os empregadores adicionando 336.000 empregos – o dobro do número estimado pelos economistas e o maior desde o início do ano. Os custos de produção subiram mais do que o previsto, e o núcleo da inflação, excluindo habitação e serviços de energia – uma medida acompanhada de perto pelo presidente Jerome Powell – também aumentou.
Os repetidos “sinais falsos” nos dados econômicos farão com que as autoridades sejam cautelosos ao sinalizar o fim do aperto monetário, disse Priya Misra, gerente de portfólio da JP Morgan Investment Management em Nova York.
“Não importa quando terminarem, não acredito que dirão que terminaram”, disse Misra. “Eles vão querer manter a expectativa ou a opção de aumentar”.
Os funcionários do Fed estão cada vez mais focados em equilibrar o risco de ultrapassar o alvo da inflação – e desencadear uma possível recessão – com a necessidade de levar a inflação de volta à meta. Eles também estão preocupados em não cometer o mesmo erro do Banco do Canadá, que teve que reiniciar sua campanha de aumento de taxas em junho após uma pausa condicional, citando uma “demanda excessiva” mais persistente do que o esperado.
Mary Daly, presidente do Federal Reserve Bank de São Francisco, chamou isso de a fase mais difícil da formulação de políticas, à medida que os funcionários tentam comunicar como estão lidando com riscos de ambos os lados.
“Quando você não sabe exatamente o que será necessário, não é uma ideia terrível sinalizar uma coisa ou outra”, disse ela em 5 de outubro. “Podemos nos encontrar com dados que estão realmente acelerando, e eu não quero estar na posição de termos dito definitivamente que não faremos X, e depois X seja necessário.”
No entanto, um rápido aumento nas taxas de juros dos títulos após a reunião de política de 19 a 20 de setembro levou alguns funcionários a concluir que podem adiar um aumento pela segunda reunião consecutiva, já que as taxas de juros futuros altas estão fazendo parte do trabalho de restrição.
Philip Jefferson, que como vice-presidente desempenha um papel-chave na comunicação da política do Fed em nome de Powell, disse na segunda-feira que está observando o aumento nas taxas do Tesouro como um potencial freio adicional na economia.
“Olhando para o futuro, permanecerei ciente das condições financeiras mais rígidas através de taxas de juros mais altas e levarei isso em consideração ao avaliar o futuro caminho da política”, disse ele.
As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiram os níveis mais altos desde 2007 em 6 de outubro antes de fecharem em 4,8%. À medida que os funcionários do Fed sinalizaram que um aumento em novembro poderia estar fora de questão, as taxas caíram, fechando a semana em 4,61%.
“Estamos nesta posição em que meio que observamos e vemos o que acontece”, disse o governador do Fed, Christopher Waller, na quarta-feira, durante uma conferência em Park City, Utah.
Outros, incluindo o presidente do Fed de Filadélfia, Patrick Harker, e o chefe do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, foram mais longe, afirmando que a política está restritiva o suficiente para levar a inflação de volta à meta do banco central.
No entanto, um sinal claro desse tipo é improvável de vir do comitê de política do Fed.
Em projeções apresentadas no mês passado, 12 dos 19 funcionários disseram que esperam outro aumento das taxas antes do final do ano.
Embora os formuladores de políticas possam eventualmente ajustar sua declaração pós-reunião – que faz referência à “extensão do aperto adicional da política” – os dados ainda não indicaram que a batalha contra a inflação terminou.
A última leitura da medida preferida do Fed para a inflação central mostrou que os preços subiram 3,9% nos 12 meses até agosto.
Um sinal forte de que o ciclo de aumento das taxas de juros acabou representa um risco poderoso para os mercados de ações e títulos, induzindo mais consumo e crescimento justo quando os funcionários do Fed estão tentando moderar a demanda.
As famílias parecem acreditar que a luta contra a inflação está longe de ser convincentemente vencida. Tanto as expectativas de inflação de curto quanto de longo prazo subiram este mês, segundo uma pesquisa da Universidade de Michigan divulgada na sexta-feira.
“Eles não podem sinalizar que terminaram”, disse Lou Crandall, economista-chefe da Wrightson ICAP LLC, porque isso imediatamente cria expectativas de quando o Fed começará a reduzir as taxas.
Os funcionários do Fed também veem como essencial manter um controle sobre as expectativas de inflação e enfatizaram repetidamente seu compromisso em restaurar a estabilidade de preços, mesmo que isso signifique elevar as taxas mais do que o esperado atualmente.
“Dois por cento é e continuará sendo nossa meta de inflação”, disse Powell em seu discurso em 25 de agosto no simpósio do banco central em Jackson Hole, Wyoming.
O presidente do Fed falará na quinta-feira no Economic Club de Nova York.
O levantamento da ameaça de mais aumentos também poderia minar a credibilidade do Fed junto ao público, aumentando o risco de que a inflação se torne arraigada.
“Há um risco substancial de que eles precisem fazer mais”, disse Andrew Levin, ex-assessor sênior do Fed e agora professor na Dartmouth College. (Bloomberg)
Apesar do conflito com a Ucrânia, economia russa terá alta de 3% em 2023
Apesar do conflito com a Ucrânia, a economia da Rússia deverá crescer cerca de 3% em 2023. A afirmação é do presidente russo, Vladimir Putin, que observou ainda que é um bom resultado. O presidente participou de uma reunião do Conselho de Chefes de Estado da Comunidade de Estados Independentes, nesta sexta-feira, que se realiza em Bishkek, capital do Quirguistão.
– Em geral, a Rússia está a implementar todos os seus planos econômicos, todos os seus planos de desenvolvimento social. É muito importante que a estrutura da economia russa esteja a mudar, e há muito tempo que não vemos tais mudanças estruturais -, afirmou.
O setor do petróleo e gás foi responsável por 3% do crescimento, enquanto a produção industrial foi responsável por 43%, disse Putin.
Ucrânia
O primeiro ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, afirmou nesta sexta-feira que as reservas de gás natural do país são suficientes para satisfazer as necessidades dos consumidores no país durante o inverno.
Segundo Shmyhal, “é muito importante que tenhamos reservas de gás absolutamente suficientes armazenadas, que alcancem os 15,5 milhões de metros cúbicos”.
A Ucrânia também armazenou cerca de 1,2 milhão de toneladas de carbono antecipando-se para o inverno. De acordo com o premier, o país continua acumulando recursos energéticos. Na temporada anterior de maior uso de aquecimento, de princípios de outubro de 2022 a abril desse ano, a Ucrânia consumiu 5.572 milhões de metros cúbicos de gás de suas instalações de armazenamento subterrâneo. (Monitor Mercantil)
Enquanto mundo observa conflito Israel x Hamas, Putin diz que Exército russo avança na frente ucraniana
Cidade de Avdiivka é alvo há dias de um cerco em grande…
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https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=newssearch&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwi9-eO2jfqBAxX9B7kGHY4qDDI4FBDF9AEoAHoECA0QAQ&url=https%3
A%2F%2Foglobo.globo.com%2Fmundo%2Fnoticia%2F2023%2F10%2F15%2Fenquanto-mundo-observa-conflito-israel-x-hamas-putin-diz-que-exercito-russo-avanca-na-frente-ucraniana.
ghtml&usg=AOvVaw2zz0V7ginbESKG6xPJAYpQ&opi=89978449 (O Globo)
FMI: Economia global está ‘mancando’
Brasil acelera: previsão passa de 1% para 3,1% em 2023, superando – por pouco – previsão para a economia global
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou na terça-feira que o crescimento global desacelerará de 3,5% em 2022 para 3% este ano.
“A economia global está mancando, não a acelerando”, descreve o novo relatório do FMI sobre as Perspectivas Econômicas Mundiais intitulado “Navegando pelas Divergências Globais”, divulgado durante as Reuniões Anuais do Banco Mundial–FMI de 2023, que decorrem na cidade de Marrakech, Marrocos.
O FMI projetou um crescimento de 2,9% para 2024, rebaixando a sua estimativa anterior de um crescimento de 3%, feita em julho, devido a uma recuperação mais lenta do que o esperado do impacto da pandemia da Covid-19 e da crise na Ucrânia.
O Brasil caminha no sentido contrário. Após crescer 2,9% em 2022, passará para 3,1% este ano e 1,5% em 2024. Ambas as projeções do FMI melhoraram desde o relatório de julho. Naquele mês, a previsão era de crescimento de apenas 1% em 2023 e 0,5% no ano que vem.
A desaceleração é mais pronunciada nas economias avançadas do que nos mercados emergentes e em desenvolvimento. Para as economias avançadas, o desaquecimento esperado é de 2,6% em 2022 para 1,5% em 2023 e 1,4% em 2024, num contexto de dinâmica mais forte do que a esperada nos Estados Unidos, mas de crescimento mais fraco do que o esperado na área do euro.
Prevê-se que os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento registem um declínio modesto na taxa de crescimento, de 4,1% em 2022 para 4% em 2023 e 2024.
Entretanto, o FMI alertou que a intensificação da fragmentação geoeconômica não só significará custos elevados para a prosperidade global, mas também prejudicará a cooperação multilateral no fornecimento de bens públicos cruciais, como o combate às alterações climáticas e futuras pandemias e a garantia da segurança energética e alimentar.
Quanto ao conflito entre Israel e Palestina, o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, disse que é “muito cedo” para avaliar o seu impacto no crescimento econômico global e que o FMI está “monitorando de perto a situação”.
Em retrospectiva, a economia global tem sido resiliente às perturbações nos mercados energéticos e alimentares causadas pela guerra, bem como ao aperto sem precedentes das condições monetárias globais para combater a inflação elevada em décadas, afirma o relatório.
No entanto, preocupa-se que o crescimento continue lento e desigual, com divergências globais crescentes. (Agência Xinhua/Monitor Mercantil)
Dólar fecha em queda e volta a R$ 5,05; Ibovespa tem alta
Moeda norte-americana terminou o dia com queda de 1,44%, cotada a R$ 5,0562. Já o principal índice acionário da B3 subiu 1,37%, aos 116.737 pontos.
O dólar fechou em queda nesta terça-feira (10) e retornou à casa dos R$ 5,05, em um dia marcado por um pouco mais de otimismo em relação ao futuro das taxas de juros nos Estados Unidos. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, teve nova alta.
Ontem, o vice-presidente do conselho do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Philip Jefferson, afirmou que qualquer novo aumento nos juros do país, hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano, só será realizado com muita cautela, para evitar danos expressivos à maior economia do mundo.
Perspectivas de juros mais controlados agradam os investidores, o que beneficia moedas de outros países, como o real, e mercados de ações. Em contrapartida, o conflito intenso no Oriente Médio, que já entrou no quarto dia, segue gerando preocupações, principalmente em relação ao preço do petróleo.
Veja abaixo o dia nos mercados.
Dólar
A moeda norte-americana terminou o dia com queda de 1,44%, cotada a R$ 5,0562.
Com o resultado, a moeda passou a acumular:
queda de 2,04% na semana;
alta de 0,59% no mês;
queda de 4,20% no ano.
Na véspera, o dólar havia fechado em baixa de 0,61%, vendido a R$ 5,1300.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 1,37%, aos 116.737 pontos. Com o resultado, passou a acumular:
alta de 2,25% na semana;
alta de 0,15% no mês;
alta de 6,38% no ano.
Na segunda-feira (9), o índice fechou em alta de 0,86%, aos 115.156 pontos. O avanço foi puxado, sobretudo, pelas ações de petroleiras, que dispararam com a forte valorização do petróleo, por conta da guerra.
O que está mexendo com os mercados?
Em meio a um cenário de forte aversão aos riscos, o posicionamento mais “suave” do Fed, com o discurso do vice-presidente, ajudou a acalmar os ânimos do mercado.
Ontem, ao longo do dia, outros dirigentes também discursaram mantendo essa mesma posição e indicando que o recente aumento dos rendimentos dos Treasuries (os títulos públicos americanos) de longo prazo poderia limitar possíveis novas altas nas taxas da instituição. Na última semana, os títulos atingiram o seu pico desde 2007.
Segundo levantamento da ferramenta FedWatch da CME divulgado pela Reuters, operadores do mercado financeiro, em sua grande maioria, não acreditam em novas altas dos juros nas próximas reuniões do Fed. A estimativa de 87% deles é de que as taxas permaneçam inalteradas em novembro, enquanto 71% esperam o mesmo para dezembro.
Hoje, o Fed divulga ata de sua última reunião, que deve trazer novas sinalizações sobre o futuro dos juros na maior economia do mundo.
Apesar do maior otimismo neste pregão, continua pesando sobre os negócios a escalada dos conflitos entre Israel e Hamas. A principal preocupação econômica com o confronto é em relação ao petróleo, tendo em vista que a região do Oriente Médio é uma importante produtora e exportadora da commodity.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda é cedo para dizer se a guerra trará impactos para a economia, mas há cautela com o preço do petróleo, que pode trazer impactos sobre a inflação e afetar o crescimento econômico em nível global
No radar do mercado também está uma série de divulgações importantes que tomam conta da agenda econômica nos próximos dias. Nesta quarta-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, de setembro.
Ainda na quarta, os EUA terão dados sobre a inflação ao produtor em setembro, enquanto na quinta haverá a inflação ao consumidor, assim como na China. (G1)
ICSS e Previc se reúnem para discutir detalhes da Certificação por Experiência
A Diretoria da Previc, representada pelo Diretor de Licenciamento, Guilherme Campelo Bezerra, e o Diretor de Normas, Alcinei Rodrigues, participaram de reunião na sede da Abrapp e ICSS para discutir os aspectos e critérios da Certificação por Experiência, regulada pela Resolução Previc 23. Participaram da reunião o Diretor-Presidente da Abrapp, Jarbas Antonio de Biagi; o Presidente do ICSS, Guilherme Velloso Leão; o Superintendente-Geral da Abrapp, Devanir Silva; o Assessor da Superintendência, Eduardo Lamers; o Superintendente-Adjunto, Ivan Corrêa Filho; o Gerente do ICSS, Paulo de Oliveira; a Analista do ICSS, Karina Santos; e a Assistente do ICSS, Bárbara Dias dos Anjos. Pela Previc, participou também a Coordenadora Josiane Costa Irineu.
Na ocasião, a Previc realizou uma due diligence em relação à Certificação por Experiência, que está em fase avançada de desenvolvimento pelo ICSS. Foram apresentados todos os documentos que formam o processo, o sistema que gerencia todo o processo de inscrição e avaliação, os critérios de formação e profissionais que comporão a banca de avaliadores, além do largo histórico do ICSS na certificação por experiência, de mais de 11 anos, com 7.000 profissionais certificados. Há expectativa de aprovação e disponibilização aos profissionais do sistema em um curto espaço de tempo. (Abrapp/AssPreviSite)
Educação financeira para crianças: 61% dos pais não dão mesadas aos filhos
Pesquisa mostra dados da educação financeira para crianças; especialistas comentam como pai podem ensinar filhos a lidar com o dinheiro.
A educação financeira infantil pode contribuir para que a criança tenha consciência desde cedo sobre como lidar com o próprio dinheiro. Quando os pais se dispõem a ensinar aos filhos a importância de saber lidar com o dinheiro, seja para poupar ou investir, eles contribuem com a formação de adultos que sabem o quanto uma vida financeira planejada pode contribuir com realizar sonhos e alcancar metas.
Diante desse cenário, o Serasa lançou, em parceria com o Instituto Opinion Box, a pesquisa “Finanças para os Filhos: Dinheiro é Coisa de Adulto?”. O lançamento aconteceu para marcar o Dia das Crianças, durante a 3ª edição Serasa Comportamento, e reuniu o especialista em educação financeira Thiago Godoy, conhecido como “Papai Financeiro“, e o COO do Opinion Box, Felipe Schepers.
“Nós queremos entender a relação dos pais com o dinheiro e como eles lidam com esse assunto com os seus filhos. Tem um objetivo claro da relação que ele tinha na infância, com a relação que tem gerado para a infância e adolescência dos seus filhos. Mas temos que voltar à origem e entender qual a relação dos pais com as finanças”, explica Felipe Schepers.
A pesquisa mostrou que seis em cada 10 pais nunca tiveram uma conversa sobre finanças com seus pais quando eram crianças. Entre as mulheres e pessoas das classes D e E esse indicador se sobressai, com um percentual, respectivamente, de 65% e 64%. Já os homens somam 48%, enquanto as classes A e B somam 45% e a classe C 53%.
Com qual idade falar com os filhos sobre finanças?
Outro dado apontado pela pesquisa é que, atualmente, oito em cada 10 pais dizem conversar com seus filhos sobre finanças. 19% dos pais ouvidos nunca conversaram sobre finanças com seus filhos, enquanto 24% começaram a tocar no assunto com crianças de até cinco anos. Dentro da classe D e E, o percentual de pais que não abordam o tema com os filhos chega a 25%.
Vale destacar que a introdução do tema ocorre principalmente quando esclarecem “quais produtos são caros ou baratos”, “o que é possível ou não comprar”, seguido por “mostrar a importância de guardar dinheiro”.
“Não é cultural falar de dinheiro dentro de casa, é um tabu, e se não falarmos disso continuará sendo. Nossos filhos precisam ver esse assunto diferente da forma que nós vimos. Mas falar do assunto não é necessariamente falar da forma correta. Hoje se aborda de uma maneira negativa, com briga, em geral pelo uso do não, sem explicar o contexto, de forma que a criança não tem consciência de porque não pode comprar, é tão ruim quanto não abordar o assunto”, avalia Thiago Godoy.
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Para o especialista, que possui um canal de educação financeira, as crianças precisam aprender a entender o valor do dia no dia a dia. “O assunto dinheiro precisa ser estruturado dentro de casa e ser tratado da forma mais leve possível. A criança precisa e tem condição de entender a origem, o porquê, se o pai e a mãe tiverem paciência de trazer esse assunto de uma maneira recorrente e tranquila”, sugere.
Os especialistas apontam ainda que o dinheiro virtual é prejudicial para a saúde financeira da criança, já que essas abstrações, para os pequenos, dificultam a entender conceitos de volume e quantidade. Uma criança de sete anos não sabe exatamente a diferença entre uma nota de R$ 100 ou de R$ 5. Ela não sabe os números tão bem quanto um adulto. Ver o volume de notas e moedas é importante para que os filhos tenham a sensação de que estão poupando.
Apenas 39% dos pais dão mesada aos seus filhos
Outro dado revelador da pesquisa mostra que 61% dos pais não proporcionam mesada aos filhos, e 39% disseram que passam um valor mensal às crianças. Entre a idade daqueles filhos que recebem mesada, a maior parte tem de seis a 11 anos, e são 54%, seguidos pela faixa etária dos 15 aos 18 anos, com 45%. Em terceiro lugar aparecem aqueles que têm de 12 a 14 anos, com 40% e, por último, as crianças de até cinco anos, com 21%.
Ao avaliar a idade dos filhos, é possível identificar que os pais de crianças de 6 a 11 anos têm mais costume de dar mesada para os filhos, seguido pelos pais de filhos de 15 a 18 anos.
“Temos uma realidade muito diferente do momento da mesada de acordo com a faixa etária dos filhos. O mais interessante é ver também qual o valor e para quê. Primeiro, 62% dos pais dão a mesada mensalmente, e 74% dão menos de R$ 100. Mas, na verdade, metade da até R$ 60. Isso depende do rendimento da família. É interessante ver que a mesada é dada com finalidade, e o principal é o lanche da escola. No fundo, é uma mesada que não é para poupar, porque só em segundo lugar está ‘guardar para o futuro’”, comenta o COO do Opinion Box.
Thiago Godoy complementa que essa questão reflete na mentalidade que temos hoje, sobre usar o dinheiro de forma reativa, para pagar contas, como o lanche que a criança vai usar na escola. Porém, ele reforça que a mesada deve ser mais ampla que isso. “O valor da mesada não é tão importante, melhor ainda que seja baixa”. Godoy reforça que o mais importante é a criança ter a experiência de errar; de gastar o dinheiro que tinha e precisar fazer sacrifícios no período restante para entender que o dinheiro não voltará.
O especialista pontua ainda que os pais não devem cobrir a mesada do filho quando o dinheiro acaba antes de finalizar o mês, porque é importante que as crianças aprendam com o erro na infância para que ele não se repita na fase adulta.
Cuidar da educação e do futuro financeiro dos filhos é uma missão dos pais
Segundo a pesquisa, 72% dos pais não fazem algum tipo de investimento ou poupança para os filhos atualmente. Vale destacar que 49% ainda não fazem, mas pretendem fazer no futuro. Enquanto isso, apenas 28% fazem investimentos para o futuro dos filhos. Entre esse público, 60% dos filhos sabem que os pais fazem algum investimento ou poupança pensando no seu futuro.
“A primeira educação financeira que um filho vai ter é observar os hábitos dos pais. Eles tendem a imitar o que você faz. Se você não compara preço, se você toma crédito irresponsável ou fica constantemente endividado, ou briga por dinheiro em casa, a criança vai observar. Tem que começar com essa educação financeira em casa”, aconselha o “Papai Financeiro“. (Jessica Chalegra – Consumidor Moderno)
Planos têm dívidas de R$ 2,3 bi com hospitais privados do país, diz associação do setor
Dívida resulta, segundo representante dos planos de saúde, de prejuízo financeiro registrado em 2022, que atingiu R$ 10,7 bilhões
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A crise enfrentada pelos planos de saúde ganhou mais um capítulo, com o atraso de repasses das operadoras para os hospitais. Última pesquisa da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), entre 28 de agosto e 2 de setembro com 48 hospitais associados, revelou que os atrasos de pagamentos por parte das operadoras de planos de saúde já somam cerca de R$ 2,3 bilhões.
O montante representa cerca de 16% da receita bruta do grupo de hospitais, que foi de R$ 14,6 bilhões, e contempla atendimentos realizados entre janeiro e julho deste ano na emergência, realização exames ou pedido por internação.
Ainda conforme o levantamento, o índice de cobranças realizadas pelos hospitais que foram glosadas pelas operadoras, sem razões técnicas para a utilização da medida, também aumentou. O valor de glosas em aberto foi de R$ 1,29 bilhão, que responde a 9% da receita bruta dos respondentes contra um padrão histórico de 3,5%.
Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, comenta que houve aumento na demora do prazo de recebimento das faturas dos hospitais, que vinha em uma média de 70 dias e passou para 120.
“O trâmite todo vem ficando cada dia mais burocrático e com mais entraves que dificultam, inclusive, a cobrança pelo pagamento dos serviços prestados. O paciente chega ao hospital, é atendido, recebe todos os cuidados necessários e aí os prestadores não conseguem rever esse valor investido no atendimento”, diz o executivo.
Ainda de acordo com Britto, é importante observar que esta situação não atinge apenas membros da Anahp, mas trata-se de um problema enfrentado por todos os quase 4 mil hospitais privados e filantrópicos brasileiros, bem como os milhares de prestadores de serviços, como clínicas e laboratórios de diagnósticos.
“Reconhecemos as dificuldades das operadoras, mas é indispensável que todos entendam: nós estamos enfrentando uma crise estrutural e a solução do problema só virá a partir do momento que o setor trabalhar de forma conjunta, no entendimento de que uma saúde suplementar saudável só é possível com a sustentabilidade de todos os players“, explica o diretor-executivo da Anahp.
Resultados
No primeiro semestre deste ano, os planos de saúde registraram lucro líquido de R$ 2 bilhões, segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). De acordo com a agência, o resultado equivale a aproximadamente 1,3% da receita total acumulada no período, que foi de quase R$ 154 bilhões. Para cada R$ 100 de receita no 1º semestre de 2023, o setor auferiu cerca de R$ 1,3 de lucro.
No primeiro semestre, a sinistralidade fechou em 87,9% (cerca de 0,9% p.p. abaixo da apurada no mesmo período do ano anterior). De acordo com a ANS, o resultado foi fortemente impulsionado por algumas das maiores operadoras do país e ilustra que praticamente 88% das receitas advindas das mensalidades são “consumidas” com as despesas assistenciais.
“Estamos vendo que a rentabilidade das operadoras está vindo, de maneira geral, do rendimento das operações financeiras. Essa situação não é desejável, afinal, a operação de plano deve ser sustentável por si só. As operadoras, então, precisam rever sua gestão e analisar onde podem melhorar. É muito importante ter um estudo de atuária mais prospectivo, com análise de cenários e dos impactos possíveis”, analisa Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras.
Outro lado
A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), por meio da sua assessoria de imprensa, reforçou a importância dos planos de saúde no país e o empenho das operadoras para atender as necessidades dos beneficiários diante dos prejuízos operacionais.
De acordo com a nota, as operadoras registraram em 2022 prejuízo operacional de R$ 10,7 bilhões. Trata-se do pior resultado desde o início da série histórica, em 2001.
“De janeiro a junho de 2023, a conta já está negativada em R$ 4,3 bilhões, e a perspectiva é que, até o fim deste ano, o valor continur crescendo. Isso ocorre, em muita parte, pelos impactos significativos decorrentes de diversas fraudes, incluindo empréstimos e falsificação de carteirinhas, uso indevido para procedimentos estéticos, reembolsos de consultas duplicados e fraudulentos, além de materiais superfaturados”, diz a entidade.
Por este motivo, foi estabelecida uma análise mais ampla dos serviços já prestados por parte das operadoras de saúde. Porém, todos os atendimentos que aconteceram, estão provisionados. (Gilmara Santos – InfoMoney)
Crise na saúde suplementar: coragem e poder
Veja o artigo com avaliação de alternativas em um mercado, que exige transformação e não meramente mudanças
Marcelo Carnielo, especialista em gestão de custos hospitalares e diretor de serviços da Planisa | 10 Out, 2023
Este artigo não pretende abordar os números da crise do setor da saúde suplementar, que já são amplamente conhecidos e nada satisfatórios. A proposta é avaliar alternativas em um mercado, que exige transformação e não meramente mudanças. Requer inovação, não novidades.
Vamos começar refletindo a saúde baseada em valor, isto é, a medicina de qualidade focada no paciente. O estacionamento da instituição privilegia o paciente? Talvez sim, provavelmente não. A saúde exige o enfrentamento de práticas amplamente aceitas até hoje, de forma definitiva, portanto, necessita de coragem e poder.
Coragem para enfrentar as estruturas atuais, com todas as incertezas inerentes ao processo de transformação; e poder para conseguir fazê-las, sabendo que, provavelmente no início, vai piorar antes de melhorar.
Quem quer enfrentar esse desafio, sabendo que os gestores, supostamente, de sucesso são vistos pelos resultados econômicos que trazem para as organizações e não por iniciativas que podem diminuir os resultados operacionais? Quem, afinal, quer enfrentar a cultura histórica de desperdícios em prol do paciente e do sistema de saúde? A primeira conclusão requer encarar a vida como ela é.
Enquanto modelos de negócios tendem a focar em aumentos de receita e margens, os inovadores disruptivos por vezes concentram-se em oportunidades de margens baixas, medindo o sucesso pela dimensão da quota de mercado que adquirem.
Uma empresa incapaz de assumir um compromisso com a criação do futuro, mesmo na falta de uma razão financeira, certamente será apenas uma seguidora. A United Airlines e a American Airlines só se mexeram quando a Southwest Airlines se transformou na companhia aérea mais lucrativa dos Estados Unidos. A famosa rede de locação de filme Blockbuster não competiu com a Netflix oferecendo o melhor DVD, e os hospitais não podem se preparar para o futuro construindo apenas novos e imponentes prédios.
Por isso, assim como aconteceram em outras indústrias, a saúde exige reinvenção do modelo atual, como disse Prahalad no seu livro Competindo pelo Futuro: “Uma empresa que recolhe suas velas e espera por mares mais calmos acabará esquecida em águas estagnadas”. Para criar o futuro, as empresas precisam esquecer parte de seu passado.
Enfim, vamos a algumas provocações e insights:
Os hospitais gerais com equipamentos espalhados e ociosos precisam ser repensados. Um centro cirúrgico que faz tudo é ineficiente. A especialização gera economia, diminui desperdício e entrega valor ao paciente: “quem mais faz, faz melhor”, frase de Wilson Pollara, ex-secretário municipal de Saúde de São Paulo;
Ampliação de estruturas flexíveis e de baixo custo operacional como os ambulatórios cirúrgicos;
As redes verticalizadas tendem a prevalecer em um mercado fragmentado, exigindo, no meu ponto de vista, de prestadores a busca por diferenciais competitivos, de maior valor agregado e diminuição de custos operacionais. A pressão das operadoras deve aumentar na tentativa de diminuir a sinistralidade;
O enfretamento das prescrições por exames e procedimentos deveriam ser avaliados de forma criteriosa. Aqui, o uso de tecnologia pode ser determinante, já que 80% dos laudos de imagem são negativos. O protecionismo e a resistência não vencerão o senso econômico e a demanda do consumidor;
Incorporação de tecnologia custo-efetiva em substituição às atuais, comprovadamente mais custo-efetivas;
Organização da rede assistencial e vocacionando os pequenos hospitais – normalmente ineficientes e ociosos – para as reais necessidades da população daquela região. O envelhecimento da população e o aumento da prevalência de doenças crônico-degenerativas nos oferecem algumas dicas;
Formação de consórcios regionais para diminuir o loteamento de estruturas hospitalares locais (integração regional de serviços);
Enfrentamento da realidade na esfera pública e privada de que não há e não haverá recursos para tudo, portanto, definir o que cada um não vai fazer (trade off);
Empoderamento do farmacêutico clínico na prática da farmacoeconomia;
Gerir um hospital cada vez mais na lógica do custo variável, equilibrando com mais agilidade a relação entre oferta e demanda. A ociosidade precisa ser combatida em todas as esferas da saúde;
Políticas de atenção assistencial efetivas para manter o paciente fora do hospital sempre que possível.
O hospital é caro e oferece risco. Fazer para o paciente o que é preciso, no tempo certo e com recurso adequado. Quanto custa uma cirurgia que não precisava ser realizada? É claro que o assunto não se esgota, mas é importante aceitar a inevitável transformação do modelo de negócios da saúde, cooperando e competindo, ao mesmo tempo investindo em pessoas e tecnologia, olhando o negócio. (Saúde Business)
Reduzir custos e desperdícios é essencial para evitar que planos de saúde fiquem insustentáveis
Crise vivida por operadoras e que impacta consumidores exige estratégias para enfrentar as consequências do envelhecimento da população, da chegada de tecnologias e medicamentos de alto custo e das despesas com processos judiciais
Em 2022, as operadoras de planos de saúde registraram os piores índices de sua série histórica – um prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões e taxa de sinistralidade (relação entre despesas com serviços médicos e receita das mensalidades) de 89,2%. Os números ameaçam a sustentabilidade do negócio, o que prejudicaria empresas e consumidores.
Aumentar preços e investir as reservas em aplicações financeiras são só tratamentos paliativos. A cura para a crise exige estratégias para enfrentar as consequências do envelhecimento da população, da chegada de tecnologias e medicamentos cada vez mais caros e das altas despesas com processos judiciais.
A crise não é uma questão de evasão de clientes. Em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou número recorde de 50,7 milhões de beneficiários. “São mais pessoas fazendo mais procedimentos. Não há como sustentar, com esse alto nível de sinistralidade. E, como parte da mensalidade do jovem ajuda a pagar o custo dos idosos, e a população está envelhecendo, esse esquema está em perigo”, disse José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), durante painel sobre a crise vivida pelas operadoras durante o Summit Saúde e Bem-Estar 2023, evento promovido pelo Estadão na última quinta, 5.
Para enxugar os gastos, as operadoras precisarão encarar temas espinhosos. “Nosso sistema de saúde suplementar não existe em nenhum lugar do mundo. Trouxemos o princípio da integralidade do sistema público para o privado. E essa conta não fecha”, aponta Renato Casarotti, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) e vice-presidente de Relações Institucionais do UnitedHealth Group Brasil.
“Temos que discutir de forma mais pragmática a incorporação de tecnologia, o registro muito rápido aqui no Brasil de drogas para doenças raras com testes ainda incipientes. Uma vez aprovadas, geram a judicialização e pagamos mais caro do que qualquer outro País”, diz a diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente.
Outros assuntos sensíveis que precisam ser enfrentados envolvem retrabalho e desperdício. “Falamos pouco sobre quanto o erro médico compõe os custos assistenciais. Estima-se que cerca de 30% dos tratamentos têm algum grau de efeito adverso. Precisamos ter uma área de governança clínica, notificar e discutir incidentes clínicos”, sugere Ricardo Salem, diretor de Saúde da Care Plus.
O excesso de pedidos de exames, por vezes repetidos, expõe outra carência do setor: a ausência de um prontuário único, digital e compartilhado de cada beneficiário – e sujeito à portabilidade. “Mas há muita operadora que ainda se sente proprietária dos dados”, lamenta Casarotti.
Durante o Summit Saúde, os especialistas concordaram que a adoção da inteligência artificial, tanto na gestão quanto na promoção de uma cultura de autocuidado, também terá impacto no urgente equilíbrio financeiro dos planos de saúde (Você/Terra Notícias)
Covid: Casos positivos em testes rápido atingem novo pico
Dos 7.061 exames feitos em farmácias entre 3 e 9 de outubro, 2.304 tiveram diagnóstico positivo, diz Abrafarma
O percentual de casos positivos de Covid-19 em testes rápidos de farmácia ultrapassou os 30% na primeira semana de outubro, maior patamar desde janeiro.
Segundo a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), dos 7.061 exames rápidos realizados entre 3 e 9 de outubro, 2.304 tiveram diagnóstico positivo para o coronavírus —pouco mais de 32% dos atendimentos.
Ao longo de agosto, o índice variou entre 13% e 17%. No fim de setembro, já havia subido para 27%.
Nos primeiros dias de outubro, a associação também registrou crescimento de 34% na procura por testes rápidos em comparação com o mesmo período de setembro.
Oito estados puxaram os resultados: Espírito Santo (37,9%), Paraná (35,7%), Rio de Janeiro (33,6%), Distrito Federal (33,5%), Rio Grande do Sul (33,1%), São Paulo (31,9%), Santa Catarina (31,7%) e Mato Grosso do Sul (30,2%).
Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, diz que o poder público precisa redobrar a atenção com a circulação da Éris, subvariante da Ômicron e ampliar os níveis de aplicação da vacina bivalente. (Folhapress)